Começa nesta segunda-feira (9), no Supremo Tribunal Federal (STF), a etapa final da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados militares de alta patente.
Durante cinco dias, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, conduzirá os interrogatórios de oito réus do chamado “núcleo estratégico” da articulação que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após as eleições de 2022.
As oitivas acontecem na sala da Primeira Turma da Corte, com transmissão ao vivo pela TV Justiça. Os depoimentos seguem até sexta-feira (13), com início às 14h no primeiro dia e, a partir de terça, às 9h.
O tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso — abre a série de interrogatórios. Os demais depoimentos seguirão ordem alfabética. O general Walter Braga Netto, preso preventivamente desde dezembro, será o único ouvido por videoconferência.
Além de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados de defesa poderão questionar os réus, que têm o direito constitucional de permanecer em silêncio.
Entre os interrogados estão:
Mauro Cid, militar e delator;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
Jair Bolsonaro, ex-presidente;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, general da reserva.
Eles são acusados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe, abolição do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio público e incitação à violência. As penas previstas ultrapassam 30 anos de prisão.
Essa é uma das últimas etapas do processo antes do julgamento definitivo, que deve ocorrer no segundo semestre.
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