A exoneração de sete cargos ligados ao Solidariedade na Prefeitura de João Pessoa acirrou a tensão entre o prefeito Cícero Lucena (sem partido) e o partido comandado na Paraíba pelo deputado estadual Eduardo Carneiro. A crise, que vinha sendo gestada nos bastidores, ganhou contornos públicos nesta segunda-feira (13), após declarações duras de ambos os lados.
Durante agenda no Hospital Santa Isabel, onde celebrava os 4 mil procedimentos da Hemodinâmica, Cícero reagiu de forma seca às acusações de Eduardo Carneiro, que classificou as exonerações como “perseguição” e “quebra de compromisso”. O prefeito respondeu: “Cada um cuida do que usa”, evitando se estender no tema, mas deixando clara a ruptura.
As demissões, efetivadas na última sexta-feira (10), atingiram ocupantes das secretarias de Desenvolvimento Urbano e Zeladoria, áreas onde o Solidariedade exercia influência por meio de indicações políticas. A decisão, segundo fontes da base governista, teria sido motivada por desalinhamento com a gestão municipal.
Diante do rompimento, Eduardo Carneiro convocou uma reunião emergencial da federação Solidariedade–PRD para esta segunda (13), com o objetivo de discutir o reposicionamento da legenda na capital, avaliar a atuação na Câmara Municipal e alinhar estratégias para as eleições de 2026.
Apesar do conflito com o prefeito, a federação mantém o apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro (Progressistas), que deve disputar o governo do estado nas próximas eleições. A pré-candidatura de Lucas já conta com apoio público do Solidariedade, liderado em João Pessoa pelo vereador Fábio Carneiro, e do PRD, presidido pelo deputado Bosco Carneiro.
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