Secretário executivo da Sefaz-PB detalha operação contra crimes fiscais na PB e outros estados que desviou R$ 110 milhões e movimentou R$ 1 bilhão

Por Fonte83 - 07/10/2025

O Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal da Paraíba (GAESF) deflagrou nesta terça-feira (7) a “Operação Baronato”, uma das maiores ações contra crimes fiscais no estado. A ação, que já cumpre 10 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, mira um esquema criminoso que desviou mais de R$ 110 milhões em ICMS e movimentou cerca de R$ 1 bilhão em operações fraudulentas, envolvendo empresas de João Pessoa e Campina Grande, com ramificações no Paraná, Bahia e São Paulo.

Durante entrevista ao programa Ô Paraíba Boa, da 100,5 FM, o secretário executivo da SEFAZ-PB, Bruno Frade, deu um panorama da operação:

“Estamos em Campina Grande nesse momento. São dez mandatos de prisão sendo cumpridos agora: seis na cidade de Campina Grande, um em Maringá, no Paraná, dois em São Paulo e um na Bahia. Esse esquema era todo baseado em empresas fictícias e ‘laranjas’. Eles simulavam transferências de mercadorias entre essas empresas, mas a mercadoria de fato não circulava. O objetivo era reduzir o imposto devido, movimentando notas fiscais de forma irregular. Desde 2023, o grupo movimentou cerca de R$ 1 bilhão em operações fraudulentas, com um prejuízo estimado de R$ 110 milhões em impostos para o estado”, explicou.

Bruno Frade detalhou que não há agentes públicos presos até o momento e que as investigações continuam em andamento. “Foram apreendidos veículos de luxo, três caminhões em Campina Grande, e ainda estamos consolidando todas as informações sobre bens e valores bloqueados”, acrescentou.

Segundo o GAESF, os crimes investigados incluem sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 28 anos de prisão. A operação envolve mais de 100 agentes públicos, entre promotores, auditores fiscais, policiais civis e procuradores.

O nome “Baronato” faz referência à influência do grupo, que atuava como uma elite acima da lei, expandindo negócios fraudulentos em diversos estados. Uma coletiva de imprensa será realizada às 10h30, na sede do Ministério Público Estadual, em Campina Grande, para detalhar os desdobramentos da operação.