O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PT), fez duras críticas à operação policial realizada no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, nos complexos do Alemão e da Penha. A ação, considerada a mais letal da história fluminense, foi classificada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma “matança”.
Durante entrevista ao programa “Ô Paraíba Boa“, da rádio 100.5 FM, nesta quarta-feira (5), Coutinho disse que o episódio representa uma “chacina inaceitável” e um fracasso das políticas públicas de segurança no país. “Não se mata 130 pessoas, independente de quem sejam. O Brasil não tem pena de morte. É muita gente inocente, trabalhadora, morrendo junto. Aquilo foi um espetáculo macabro, não uma operação policial”, afirmou.
O ex-governador também questionou a falta de planejamento e transparência na ação, lembrando que operações dessa dimensão deveriam ter acompanhamento de órgãos de controle como o Ministério Público e a Polícia Federal (PF). “Você não faz uma operação dessas em uma semana. Por que não avisaram o Ministério Público? Por que não houve um pós-operação? Isso foi armado para parecer um sucesso de força, mas o resultado foi um massacre”, criticou.
Coutinho ainda comparou a ação ao massacre do Carandiru, em 1992, e sugeriu que o episódio tem viés racial e social, ao atingir majoritariamente comunidades pobres e negras. “Na Faria Lima, não tem tiroteio. Lá o crime é financeiro, é do colarinho branco. Nas favelas, o Estado entra com fuzil. Isso tem a ver com cor e com pobreza, claro que tem”, disse.
O petista defendeu que o país adote uma política nacional de segurança pública integrada, e citou a experiência de sua gestão como governador, quando reduziu em 45% os homicídios na Paraíba com a criação de áreas integradas entre Polícia Civil e Militar. “Enquanto governadores como Cláudio Castro acharem que segurança se faz com extermínio, o Brasil vai continuar produzindo massacres. O que aconteceu no Rio é uma vergonha nacional”, completou.
A fala de Ricardo Coutinho reforça o tom de indignação adotado por lideranças do PT após a operação. O governo Lula, além de condenar o episódio, enviou ao Congresso, em regime de urgência, o projeto de Lei Antifacção, que busca fortalecer o enfrentamento a organizações criminosas sem recorrer à violência desmedida.
Assista abaixo a entrevista ao programa Ô Paraíba Boa:
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