Lula diz que foi surpreendido por Trump na ONU: “Pintou uma química mesmo”

Por Fonte83 - 24/09/2025

FOTO: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (24) que foi “surpreendido” pelo gesto de Donald Trump durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e comemorou o aceno do líder norte-americano. Em coletiva de imprensa, Lula disse ter ficado satisfeito com a aproximação e concordou com a declaração de Trump de que “pintou uma química” entre os dois.

“Eu fiquei feliz quando Trump disse que pintou uma química boa entre nós. Eu, primeiro, fui surpreendido. Eu tinha acabado o discurso, já estava saindo, ia pegar minhas papeletas e ir embora, quando o Trump veio para o meu lado, sabe? Com uma cara muito simpática, muito agradável, e eu acho que pintou uma química mesmo”, relatou o petista.

Segundo Lula, o encontro foi positivo e abre caminho para uma possível reunião presencial em breve. “Não há por que Brasil e Estados Unidos viverem em conflito. Fiz questão de dizer ao presidente Trump que temos muito que conversar, tem muito interesse dos dois países em jogo”, afirmou.

O presidente brasileiro disse ainda acreditar que Trump está mal informado a respeito do Brasil, mas que pode mudar de opinião “quando tiver as informações corretas”. Lula reforçou que não há veto a nenhum tema e que a conversa entre os dois poderá tratar de todos os assuntos de interesse bilateral.

Ao ser questionado sobre eventuais constrangimentos, como os que marcaram o encontro de Trump com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Lula minimizou. “Somos dois homens de 80 anos, não há por que ter brincadeira numa relação entre dois homens de 80 anos de idade. Eu vou tratá-lo com o respeito que ele certamente merece”, afirmou.

Na coletiva, Lula também voltou a criticar a atuação da ONU diante da guerra em Gaza, que classificou como genocídio. “A mesma ONU que teve força para criar o Estado de Israel precisa ter força para criar o Estado Palestino”, declarou.

O presidente comentou ainda a derrota da chamada PEC da Blindagem no Senado, enterrada nesta quarta-feira. Para ele, a proposta era “desnecessária, provocativa” e enviava um “sinal péssimo” à sociedade brasileira. “Aconteceu com essa PEC o destino que ela merece, que é desaparecer, porque foi uma vergonha nacional”, criticou.

Na véspera, Donald Trump já havia citado Lula em seu pronunciamento na ONU. O republicano contou que abraçou o líder brasileiro e que ambos combinaram um encontro para a próxima semana, sem detalhar local ou data. “Ele parece um cara muito bom. Ele gostou de mim, eu gostei dele. Só faço negócios com quem eu gosto”, disse Trump.

Em seu discurso, Lula fez críticas às medidas unilaterais dos Estados Unidos contra instituições e à economia brasileira, além de citar “falsos patriotas” que promovem ataques ao país — em referência a Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a Paulo Figueiredo. Também defendeu o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e afirmou que os ataques ao Judiciário são inaceitáveis.

Durante a manhã, Lula participou de um encontro em defesa da democracia e se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Após a conversa, Zelensky disse que Lula se comprometeu a “fazer o possível pela paz” no conflito com a Rússia.

“Eu volto para o Brasil satisfeito, otimista com a possibilidade de Brasil e EUA fazerem uma reunião o mais rápido possível e acabar com o mal-estar que existe entre os dois países”, concluiu Lula.

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