O vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), adotou um tom cauteloso, mas firme, ao comentar as recentes movimentações do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que no fim de semana apareceu publicamente ao lado do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB–PB) — adversário político do governador João Azevêdo (PSB).
Durante entrevista nesta segunda-feira (1º), na abertura do Paraíba World Beach Games, na capital, Lucas preferiu não polemizar, mas deixou claro o desconforto com a aproximação entre dois nomes que até então ocupavam lados opostos no tabuleiro político estadual. “Prefiro falar por mim. Eu só ando com meus aliados. Isso todo mundo vê com muita clareza. Até porque são eles que nos apoiam, que estão conosco, que nos colocaram aqui. Se dependesse do senador Veneziano, nem eu seria vice, nem João seria governador, nem Cícero seria prefeito”, declarou Lucas.
As declarações de Lucas surgem no rastro da crescente tensão dentro da base governista, onde Cícero enfrenta dificuldades para consolidar sua pré-candidatura ao Governo da Paraíba em 2026. O prefeito já dá sinais de que pode deixar o Progressistas (PP), partido no qual encontra resistências, sobretudo do grupo ligado à família Ribeiro — da qual Lucas e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) são nomes importantes.
Em Borborema, no domingo (31), Cícero voltou a afirmar que está disposto a disputar o governo estadual e só abrirá mão da candidatura “se Deus não quiser e o povo da Paraíba também não”. Ao lado de Veneziano e do deputado federal Mersinho Lucena (PP), ele reforçou os indícios de que pode migrar para o MDB, partido hoje na oposição ao governo estadual.
Lucas, por sua vez, reiterou que projetos pessoais não podem se sobrepor ao coletivo: “Já colocamos na mesa os pontos do que queremos para o nosso estado. O projeto da Paraíba deve vir sempre em primeiro lugar. Ninguém pode colocar uma vontade pessoal acima disso”, disse.
Clima de disputa antecipada
A movimentação de Cícero ocorre em meio ao debate interno sobre quem será o nome da base governista para 2026. Grupos próximos a Lucas Ribeiro têm pressionado para que o vice seja alçado à cabeça de chapa. A possível saída de Cícero do PP, aliada ao estreitamento com Veneziano, é lida como um afastamento estratégico da atual estrutura de poder do governo João Azevêdo.
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