LEI ANTIFACÇÃO: entenda a proposta do governo que amplia penas e cria Banco Nacional de Facções Criminosas

Por Fonte83 - 02/11/2025

Texto endurece penas para participantes de organizações criminosas – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em uma ofensiva direta contra o crime organizado, o presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou na última sexta-feira (31) ao Congresso Nacional, em regime de urgência, o projeto de Lei Antifacção. A proposta, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), prevê um conjunto de medidas voltadas para reforçar a capacidade do Estado no enfrentamento às organizações criminosas que controlam territórios e exploram atividades econômicas ilegais.

Segundo o presidente, o projeto é uma prioridade do governo. “Nós vamos mostrar como é que se enfrentam essas facções, que vivem de explorar o povo mais humilde desse país”, afirmou Lula ao assinar o texto.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que a proposta “responde a uma demanda da sociedade e do Parlamento”, ao tratar o crime organizado como ameaça direta à soberania e à segurança pública.

Penas mais duras e novos instrumentos de investigação

O projeto torna hediondos os crimes ligados a facções criminosas e endurece as penas para diversas práticas. Homicídios cometidos por ordem ou em benefício dessas organizações poderão resultar em condenações de 12 a 30 anos de prisão. Já a participação em grupos que exerçam domínio sobre territórios ou atividades econômicas por meio de violência ou intimidação passa a ter pena de 8 a 15 anos.

As punições aumentam ainda mais em casos que envolvam conexões internacionais, domínio de presídios, ou quando houver morte ou lesão de agentes de segurança pública.

O texto também propõe o fortalecimento das investigações, com a ampliação de técnicas especiais, como a infiltração de policiais e colaboradores. Juízes poderão determinar o acesso a dados de geolocalização fornecidos por empresas de tecnologia e telefonia em situações que envolvam risco à vida.

Banco Nacional de Facções e bloqueio de bens

Uma das inovações do projeto é a criação do Banco Nacional de Facções Criminosas, que reunirá informações estratégicas para auxiliar as forças de segurança no rastreamento e combate dessas organizações.

Outra frente do projeto busca atingir o poder econômico das facções. O texto prevê a apreensão de bens em favor da União, bloqueio de operações financeiras e a suspensão de contratos com o poder público. Empresas usadas por organizações criminosas poderão ser alvo de intervenção judicial.

Agentes públicos suspeitos de ligação com facções poderão ser afastados por decisão judicial, e condenados ficarão impedidos, por 14 anos, de firmar contratos com o governo ou receber benefícios fiscais.

Reforço no sistema prisional e cooperação internacional

Para enfraquecer o comando das facções dentro dos presídios, a proposta autoriza o monitoramento dos parlatórios e a transferência imediata de presos, sem necessidade de autorização judicial, em casos de motins ou ameaças à ordem.

O projeto também amplia a cooperação internacional no combate ao crime organizado, sob coordenação da Polícia Federal, e permite a colaboração do setor privado na obtenção de provas e informações de interesse das investigações.

Tramitação em regime de urgência

Lula defendeu que o Congresso dê prioridade à análise da proposta. Segundo o presidente, o texto “blinda os órgãos públicos e fortalece o Estado no enfrentamento ao poder paralelo das facções criminosas”.

Com o envio em regime de urgência, a expectativa do governo é que o projeto seja votado nas próximas semanas, como parte de uma nova estratégia nacional de combate ao crime organizado.

Hugo Motta diz que Câmara dos Deputados dará prioridade a projeto de combate às facções criminosas e defende união dos poderes

➕Fachin anuncia mapeamento de organizações criminosas em meio à Operação Contenção: “Precisamos cortar o elo dentro dos presídios”

➕”A esquerda sempre fica do lado dos bandidos”, dispara Nilvan Ferreira após declaração de Cida Ramos

➕Tarcísio Jardim critica defesa de mortos em operação no Rio de Janeiro: “Burrice, cegueira ideológica ou dolo”

➕Deputada petista da Paraíba diz que operação policial no Rio de Janeiro foi “Desastrosa e matou inocentes”

➕[VÍDEO] Veja o momento em que deputados batem boca durante sessão sobre operação no RJ e presidente da ALPB precisa intervir

➕Deputado Sargento Neto presta homenagem a policiais mortos e critica decisão do STF que restringiu operações em favelas do Rio

➕Lula sanciona nova lei que endurece combate ao crime organizado e amplia proteção a autoridades

➕Sistema de monitoramento criado pelo MP da Paraíba passa a ser usada pelo Gaeco do Rio no combate ao crime organizado

➕ Clique aqui para seguir o canal “FONTE83” no WhatsApp e fique bem informado

📷 Siga o Fonte83 no Instagram