O clima de cordialidade política entre o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), parece ter ficado no passado. Em tom leve, mas com recado embutido, Azevêdo respondeu na noite desta sexta-feira (31) à declaração do gestor da Capital, que havia dito recentemente que “só não votaria nele para o Senado se o próprio governador não quisesse”.
Durante o Prêmio Band Cidades Excelentes, em João Pessoa, o governador reagiu à fala do ex-aliado, sugerindo que o prefeito, se quiser reconhecer o trabalho do governo estadual na Capital, deveria estender seu apoio a toda a base governista. “Eu não tenho essa preocupação, não. Acho que se ele quiser votar em mim, será por tudo o que fizemos na cidade e em toda a Paraíba. E, sinceramente, ele deveria votar na chapa inteira”, afirmou Azevêdo, numa referência à futura candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) ao governo estadual.
Filiação ao MDB e novo cenário
A resposta, embora em tom de brincadeira, foi lida nos bastidores como um recado político direto. Até pouco tempo, João e Cícero caminharam juntos, quando Cícero era filiado ao Progressistas (PP) integrando a base de apoio do governador. O distanciamento, no entanto, tornou-se evidente à medida que o prefeito passou a se movimentar para disputar o Governo da Paraíba em 2026, agora abrigado no MDB, legenda que irá se filiar oficialmente em 17 de novembro, em evento que contará com a presença do presidente nacional do partido, Baleia Rossi.
Nos últimos dias, Cícero elevou o tom ao comentar a relação com o governador. Questionado sobre o voto em Azevêdo para o Senado Federal, o prefeito foi categórico: não há mais como manter o apoio. “Se você quer votar em uma pessoa e ela diz que não quer seu voto, você mantém o voto? Não mantém. Se João mantém essa posição, está enganado. E, se meu grupo político também não concorda, não tenho como votar nele”, disse Lucena.
A migração de Cícero para o MDB representa não apenas um retorno às origens, partido pelo qual iniciou sua carreira e que já teve nomes históricos como Ronaldo Cunha Lima, Antônio Mariz e Humberto Lucena, mas também o início de uma nova disputa interna pelo comando político da Paraíba.
Enquanto Azevêdo articula sua sucessão com Lucas Ribeiro, o prefeito da Capital tenta construir uma candidatura competitiva ao Governo do Estado, encerrando o quarto mandato à frente de João Pessoa.
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