Em meio à tensão entre o governador João Azevêdo (PSB) e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (sem partido), o superintendente da PB Saúde, Dr. Jhony Bezerra (PSB), se colocou publicamente como uma ponte de diálogo e defensor da reconciliação. Durante entrevista ao programa Jornal da BandNews, da rádio BandNews FM, nesta terça-feira (14), ele se apresentou como “o pacificador da história”.
“A política é feita de momentos. Quem sabe mais à frente a gente não pode se reconciliar? Como numa relação, às vezes há distanciamentos, mas o tempo é o senhor da razão”, declarou.
Jhony lamentou os atritos recentes entre alas da base e criticou o “fogo amigo” vindo de dentro do próprio grupo político. Ele fez referência direta às declarações do secretário de Estado de Administração, Tibério Limeira, que tensionaram ainda mais o ambiente ao atacar publicamente aliados históricos. “Não vai ser Jhony, o CPF, que vai colocar lenha na fogueira. Precisamos de bom senso para evitar rupturas que enfraquecem nosso projeto político”, disse, ao defender a permanência de Cícero Lucena e Adriano Galdino na base do governador.
Apesar do tom conciliador, Jhony reafirmou sua fidelidade ao PSB e ao projeto liderado por João Azevêdo. Confirmou que votará em Lucas Ribeiro, escolhido do grupo para 2026, e reforçou que sua atuação está alinhada com as decisões da legenda. “Sou PSB de carteirinha. Estarei com João na decisão que ele tomar. Se for Lucas, estaremos com Lucas subindo e descendo a ladeira, na Paraíba inteira”, garantiu.
Para Jhony, um eventual entendimento entre João e Cícero fortaleceria ainda mais o grupo político que vem comandando o estado. Ele alertou que rompimentos podem ameaçar a continuidade das transformações promovidas pela atual gestão.
A fala de Jhony ocorre em meio ao fortalecimento do nome de Cícero Lucena no cenário estadual. Após deixar o Progressistas (PP) no início de setembro, o prefeito intensificou articulações e passou a ser cotado como pré-candidato ao Governo do Estado. Desde então, vem sendo procurado por lideranças de diversas siglas, como MDB, PDT, PSDB e Avante.
Cícero, inclusive, esteve recentemente em Brasília, onde se reuniu com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e o senador Veneziano Vital do Rêgo. A conversa tratou da possibilidade de seu retorno à legenda — onde iniciou sua carreira política como vice-governador e prefeito. Nos bastidores, o MDB é hoje o destino mais provável para sua filiação. Além do histórico no partido, o movimento pode consolidar um palanque competitivo contra o grupo do governador João Azevêdo, com quem Cícero rompeu ao sair do PP.
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