Família de brasileira detida no Camboja denuncia farsa e pede ajuda ao Ministério das Relações Exteriores

Por Fonte83 - 20/10/2025

Daniela foi para o Camboja com intuito de trabalhar com telemarketing – Foto: Arquivo Pessoal

A brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, está presa há sete meses no Camboja sob a acusação de tráfico de drogas. A família, no entanto, denuncia que a arquiteta é vítima de um esquema de tráfico humano e que foi usada como bode expiatório após se recusar a participar de fraudes virtuais. O julgamento está marcado para esta quinta-feira, 23 de outubro.

Natural de Minas Gerais e morando em João Pessoa desde novembro de 2024, Daniela viajou ao país do Sudeste Asiático no final de janeiro deste ano, após receber uma proposta de trabalho por meio de um grupo no Telegram. Segundo a irmã, Lorena Oliveira, em entrevista à TV Correio/Record TV, Daniela foi seduzida pela promessa de emprego no exterior e embarcou mesmo contra a vontade da família.

Ao chegar ao Camboja, ela foi levada a um local remoto, onde teve o passaporte retido e perdeu o contato com o mundo exterior. Daniela teria sido mantida em cárcere privado por semanas e pressionada a participar de golpes pela internet. Em março, após se recusar a colaborar com os criminosos, a brasileira foi presa. “A polícia apareceu no quarto dela no mesmo momento em que cápsulas de droga foram colocadas no banheiro. Tudo armado”, disse Lorena. A família acredita que a prisão foi forjada como represália à negativa da arquiteta em aderir às fraudes.

Mensagens suspeitas começaram a ser enviadas à mãe de Daniela em março, supostamente por ela, pedindo dinheiro para pagar uma multa de rescisão contratual. A família chegou a transferir US$ 4 mil (cerca de R$ 27 mil), mas em seguida foi informada de que Daniela havia sido detida.

Segundo os relatos, ela está em uma cela superlotada com cerca de 90 mulheres e já teria adoecido na prisão. A família afirma que tem recebido apenas respostas formais do Itamaraty, sem detalhes de ações concretas para reverter a situação.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que acompanha o caso e que a embaixada brasileira realiza gestões junto ao governo cambojano, além de prestar assistência consular. Em 2024, o Itamaraty prestou apoio a 63 brasileiros em situação de tráfico humano, sendo 41 deles no Sudeste Asiático.

Daniela será julgada nesta quinta-feira e pode ser condenada à prisão por tráfico de drogas. A família segue mobilizada, buscando apoio jurídico e diplomático para provar sua inocência.

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