Em primeiro discurso global, Papa Leão XIV condena políticas contra imigrantes e reafirma valores da família

Por Fonte83 - 16/05/2025

Pontífice se descreveu como descendente de pessoas deslocadas e pediu compaixão e solidariedade para com elas

Em seu primeiro discurso a diplomatas de todo o mundo nesta sexta-feira (16), o papa Leão XIV destacou a necessidade de respeito à dignidade dos imigrantes, reforçando valores tradicionais da Igreja Católica e sinalizando uma possível tensão com políticas migratórias mais restritivas, como as defendidas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nascido em Chicago e com trajetória missionária no Peru, Leão afirmou que sua própria origem como descendente de imigrantes reforça seu compromisso com a solidariedade àqueles que buscam melhores condições de vida em outros países. “Minha história é a de um cidadão, filho de imigrantes, que também escolheu migrar”, disse o pontífice, acrescentando que “a dignidade humana não muda com as circunstâncias”.

O novo papa foi eleito na semana passada, após a morte de Francisco, e já sinaliza que manterá a postura firme em defesa dos mais vulneráveis — dos nascituros aos idosos, dos doentes aos desempregados, sem distinção entre cidadãos e imigrantes.

Durante o discurso, Leão reiterou a posição da Igreja contra o aborto, defendeu a liberdade religiosa e reafirmou o ensinamento tradicional de que o casamento entre homem e mulher é a base da família e da sociedade. “É papel dos líderes investir na família, fundada na união estável entre um homem e uma mulher”, afirmou.

Leão também prometeu continuar a tradição de viagens papais, dizendo que deseja visitar os países representados no corpo diplomático do Vaticano. Ele condenou o “ímpeto destrutivo de conquista” e citou o Oriente Médio e a Ucrânia como regiões particularmente afetadas por conflitos.

A China, os EUA e outras potências devem observar de perto os próximos passos do novo pontífice, que também defendeu o multilateralismo, o fim do comércio de armas e o fortalecimento do diálogo inter-religioso. Leão concluiu dizendo que a Igreja “não hesitará em usar uma linguagem firme para dizer a verdade aos poderosos”.

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