Os corpos encontrados em estado de decomposição na zona rural de Sapé, no Brejo paraibano, foram oficialmente identificados nesta segunda-feira (29) como sendo de Célia e Nelson Honorato, um casal de idosos desaparecido desde 18 de agosto. A confirmação se deu por meio de exame de DNA do filho das vítimas, comparado ao fêmur dela e à arcada dentária dele.
A Polícia Civil da Paraíba (PCPB) considera o crime esclarecido. Três suspeitos — entre eles, um homem que se apresentava como corretor de imóveis — foram presos e serão indiciados. O delegado responsável, Márcio Pereira, afirma que o crime ocorreu no mesmo dia do desaparecimento.
O modus operandi e o filho sobrevivente
Segundo as investigações, o falso corretor Ailton Emanuel ganhou uma procuração para negociar a casa do casal — eles planejavam se mudar para João Pessoa, onde vive o filho de 27 anos, diagnosticado com autismo. Durante a negociação, Ailton teria levado ao imóvel Nicolas Jefferson, de 19 anos, sob o pretexto de alugar parte do terreno.
Nelson foi morto a marteladas por Nicolas e, em seguida, por Ailton, que desferiu cerca de dez golpes. Célia, ausente por conta de uma consulta médica, retornou e foi vítima de situação semelhante, também atacada na cabeça. O filho do casal foi trancado em um quarto enquanto os crimes ocorriam.
Após o assassinato, os corpos foram transportados até uma mata, enrolados em cobertores, e enterrados no local.
Nicolas foi preso em 17 de setembro, confessou o crime e apontou Ailton como mandante. A preensão de Ailton ocorreu numa clínica de reabilitação em Campina Grande. Ele também é investigado por exercer ilegalmente a profissão de corretor de imóveis — não há registro no CRECI‑PB, conforme apurado.
O martelo usado no crime foi recuperado: havia sido emprestado em uma marcenaria, sob o pretexto de realização de serviço doméstico.
Tentativa de homicídio ao filho e responsabilização
Após as mortes do casal, Ailton tentou matar também o filho autista. O jovem fingiu estar desacordado até que as agressões cessassem. Ele foi encontrado ensanguentado por policiais militares em rondas pela região.
Ailton foi preso em um ônibus na Bahia, após o crime. Passou por audiência de custódia lá e foi transferido para a Paraíba para responder pelos assassinatos e pela tentativa de homicídio.
O CRECI‑PB confirmou que investigará o exercício ilegal da profissão pelo suspeito, reforçando que ele não tinha registro profissional. Medidas legais serão tomadas.
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