O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba, Jackson Macêdo, afirmou nesta terça-feira (2) que considera “muito pouco provável” uma absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista ao portal Fonte83, o dirigente petista destacou a robustez do material probatório reunido na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022. “O processo é bem robusto em relação às provas. Há delação do braço direito dele, gravações, minuta do golpe, documentos… As evidências são muito fortes. É quase certo que ele será condenado. Resta agora aguardar o tempo da pena”, avaliou Macêdo.
O julgamento, que tramita na Primeira Turma do STF, envolve Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do núcleo duro do governo. Todos são acusados de participação em um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e subverter a ordem constitucional.
“O processo foi conduzido dentro da legalidade, com denúncia da Procuradoria-Geral da República. A defesa teve acesso, o trâmite seguiu os ritos normais. Não há o que se contestar quanto à lisura”, afirmou.
Jackson Macêdo foi ainda mais enfático ao citar episódios que, segundo ele, demonstram o envolvimento direto de Bolsonaro em práticas golpistas. “Ele flertou com o golpe desde o início, atacou o sistema eleitoral, desrespeitou o Tribunal Superior Eleitoral, e há até elementos que indicam um plano para atentar contra a presidente do STF. É algo gravíssimo. A responsabilização é urgente.”
O que está em julgamento no STF
A ação penal 2668, apresentada pela PGR, acusa Bolsonaro e seus aliados de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e destruição de patrimônio público tombado. O caso está diretamente relacionado aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas investiga a atuação anterior do grupo em uma articulação supostamente planejada ainda durante o mandato presidencial.
A investigação aponta que os réus integravam um núcleo central que operava dentro e fora do governo para desacreditar o processo eleitoral, fomentar instabilidade institucional e preparar terreno para uma ruptura democrática.
As penas, em caso de condenação, podem ultrapassar 30 anos de prisão. O julgamento deve se estender por várias sessões ao longo de setembro.
Ouça abaixo a entrevista de Jackson Macêdo ao Portal Fonte83:
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