O deputado estadual Anderson Monteiro (MDB) comentou nesta terça-feira (21), após sessão na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), o anúncio da filiação do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, ao MDB com vistas à disputa pelo governo estadual em 2026. Em tom cauteloso, Monteiro defendeu que o projeto deve ser construído com respeito às divergências internas.
“É um projeto que a gente tem que construir com calma, respeitando opiniões divergentes. Sou esperançoso de que caminhemos juntos. Quem tem prazo não tem pressa”, afirmou.
Monteiro lembrou que, há apenas seis meses, dificilmente se imaginaria o cenário atual, e considerou que a entrada de Cícero agrega estrutura municipal ao MDB: “Quando você volta meio ano atrás e dissesse que hoje estaríamos celebrando a filiação de Cícero, pareceria distante… as coisas vão ficando mais claras agora”, argumentou.
Sobre o segundo nome ao Senado Federal, ele afirmou seguir a posição do presidente estadual Veneziano Vital do Rêgo, mas defendeu que a decisão será resultado de “ambiente democrático”: “Com certeza. Cada um terá sua opinião, mas focando no que nos une”, explicou.
Consultado sobre a migração de deputados para o MDB após a chegada de Cícero, Monteiro admitiu que há conversas e especulações, citando, por exemplo, o deputado Tovar Correa Lima: “Temos tido sinalizações para que agentes políticos ingressem no MDB e fortifiquem nossa chapa. Hoje somos apenas dois aqui na Assembleia, mas acredito que vamos crescer em proporções geométricas”, disse.
As declarações de Anderson Monteiro ocorrem num momento de realinhamento partidário. Na última segunda-feira (21), Cícero oficializou sua filiação ao MDB em evento organizado por Veneziano e outras lideranças estaduais. O ato marca o retorno de Cícero ao partido pelo qual já foi eleito vice-governador e prefeito da capital na década de 90. A filiação está marcada para 7 de novembro.
A movimentação, porém, provoca tensões locais. O vereador Milanez Neto, único filiado ao MDB em João Pessoa, se posicionou publicamente contra a entrada de Cícero no partido, mantendo-se firme na oposição. Ele declarou: “Honra é algo que não se negocia. Não faço oposição por projeto, faço por princípios”, criticou.
A disputa interna no MDB em João Pessoa e o reposicionamento político em torno da figura de Cícero indicam que o partido terá que lidar não apenas com alianças externas para 2026, mas também com articulações internas que testam lealdades e coerências.
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