A vereadora Eliza Virgínia (PP) voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (11), no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em entrevista ao Portal Fonte 83, Eliza afirmou que Bolsonaro sai fortalecido do processo e questionou a consistência das acusações.
“Cadê as provas? Cadê as provas? Não existem provas. Sem prova não pode haver condenação,” declarou. Para a vereadora, as acusações contra Bolsonaro não se sustentam juridicamente. “Bolsonaro saiu muito fortalecido nesses dois dias de discussão no Supremo Tribunal Federal. As verdades que foram ditas fizeram com que as pessoas passassem a entender que esse julgamento nem precisava acontecer”, argumentou.
Ela também citou o silêncio de generais durante os depoimentos como sinal de ausência de fatos concretos. “O general Heleno ficou calado porque não há mais o que dizer, diante de todas as verdades já esclarecidas. Não existe trama, não existem provas de conluio. Estão tentando criminalizar um grupo político por perseguição”, disse à reportagem do Portal Fonte 83.
Eliza reforçou que os réus estão coerentes em suas versões e negou que tenha havido articulação golpista. “As pessoas que prestaram depoimento não caíram em contradição. Não houve golpe, aquela chamada minuta do golpe não passa de uma ‘minuta do Google’. Bolsonaro está sendo acusado injustamente. O depoimento foi tranquilo. Estamos acompanhando todos os interrogatórios dos réus e a verdade está vindo à tona. Quando a verdade aparece, ela liberta. É notória a decepção de quem está julgando, porque percebe que todos os depoentes convergem em um ponto: não houve golpe”, defendeu.
O processo segue agora para a fase final de instrução, com possibilidade de diligências complementares antes da apresentação das alegações finais. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro e aliados de tentar abolir o Estado Democrático de Direito, promover um golpe, integrar organização criminosa e causar danos ao patrimônio público, como os ataques de 8 de janeiro de 2023.
Caso seja condenado, Bolsonaro pode enfrentar mais de 20 anos de prisão e ampliar seu período de inelegibilidade. A ação será julgada pela Primeira Turma do STF.
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