Eu confesso que na minha distante meninice tinha verdadeira paixão pelos Trapalhões, e nessa nostalgia, ainda sobra, e muito, local reservado ao quarteto mais divertido da TV brasileira e que até hoje habita no meu coração e mente.
Bem, leitor, você pode discordar da opinião. Não há problema, pois o contraditório existe para resolver, inclusive, algumas querelas de ordem pessoal. E aí posso até lembrar dos Três Patetas, Chaves e outros programas de TV, nacionais ou não, destinados ao público infantil que eram maravilhosos, e ainda os são.
E assim, preâmbulo exposto, lembrei, e muito, da atitude divertida desse pessoal, cujo picadeiro cômico não retorna mais. Tal fato causa prantos saudosistas na minha memória e naqueles que já estão na casa dos 50 anos ou mais.
Dito isso, também veio na minha “tête” uma cena, ou atitude hilária protagonizada pelo deputado estadual Wallber Virgolino (PL) nesta terça-feira (01). Sempre “cantarolante” e com um fascínio pelas redes sociais, o liberal, mesmo sem ter o menor desejo, praticou um desvio amador no seu roteiro.
Virgolino elogia Cícero Lucena
E o liberal, mesmo sem esse desejo, fez a minha pessoa retornar à doce meninice, à gaitadas inocentes de garoto do interior, ao postar em uma das suas redes sociais algo inusitado.
Ele elogiou, no melhor estilo de blogueiro, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), pelo excelente estado de conservação patrimonial, corpo técnico e até a comida oferecida aos pacientes e funcionários que atuam no Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity, o chamado Trauminha.
Mas é bom que se diga: Virgolino foi àquela unidade de saúde para conferir denúncias de descaso referente à saúde Pública de João Pessoa. Resultado: o parlamentar não esperava a boa qualidade do atendimento que o hospital oferece à população.
Fato hilário
O fato gerou riso para os que acompanham a política paraibana. Até Cícero Lucena resolveu tirar proveito dessa “gafe cometida pelo parlamentar, que tem como ídolo o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), e aposta que o ex-mandatário do país irá escolher sua pessoa como candidato e prefeito da capital paraibana.
Agora retornando a Lucena, também conhecido como “Caboclinho” por ser ele homem simples, não tendo no seu “repertório” as asas de Hermes em seus pés, o atual gestor pessoense agradeceu a gentileza involuntária do seu possível adversário no pleito de 2024.
Virgolino e sua retratação
Bem, como o “estrago” já estava feito, Wallber Virgolino, em cena de puro filme pastelão exibido na famosa Sessão da Tarde, que há pelo menos 400 mil anos está no ar na TV Globo, resolveu tentar se retratar com seus eleitores.
Como aconteceu a retratação? Do mesmo modo que elogiou a gestão de Lucena. Utilizou suas redes sociais para informar que sua intenção foi atender denúncias do povo, que provocaram sua pessoa a fim de inspecionar o Trauminha, hospital, nas palavras do próprio deputado, que que sofreu descaso na gestão do seu colega de Casa e ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT).
Retornando aos Trapalhões e lembrando de Chico Buarque
E aí voltando aos Trapalhões, recordei de um clássico daquele quarteto mais que animado que tive o prazer de ver. Lembrei de imediato do clássico exibido no cinema por aqueles palhações no ano de 1981.
Falo do fantástico os Saltimbancos Trapalhões, exibido nas telonas em 1981. A obra é um musical infantil de Sergio Bardotti e Luis Enríquez Bacalov, com música de Chico Buarque.
E nele, há uma canção do velho Chico de guerra que pode retrata o “bom humor” de Virgolino e sua trapalhada fantástica. Diz a música: “Uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravo! Superpiruetas, ultrapiruetas, bravo, bravo!”.
E assim, em determinada parte da letra, Chico Buarque dá o arremate que combina com o ato jocoso do deputado de extrema-direita: “Dez mil cambalhotas, cem mil cambalhotas, bravo, bravo! Maxicambalhotas, extracambalhota, bravo, bravo…Que a galera morre de rir, que a galera morre de rir”.
Pois é! Virgolino fez muitos rirem. E isso é bom para tirar um pouco do ranço político que envolve não só a política na Paraíba, mas todo o Brasil, embora o fato tenha sido uma trapalhada com direito a mil cambalhotas involuntária
Por Eliabe Castor
Jornalista
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