O influenciador digital paraibano Hytalo Santos e Israel Nata Vicente foram presos em cumprimento a mandados expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, assinados pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa. As detenções ocorreram no âmbito de uma ação conjunta que envolve o Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Civil da Paraíba, através da UNINTEPOL e da Delegacia de Crimes Cibernéticos (DECC), o Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP), a Polícia Civil de São Paulo (DEIC) e a Polícia Rodoviária Federal.
As investigações apuram crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil, com foco especial no ambiente digital. Segundo o MPPB, o trabalho está sendo conduzido com rigor técnico e absoluto respeito aos direitos e à dignidade das vítimas, em sua maioria crianças e adolescentes.
O órgão alerta que o vazamento de informações sigilosas e a adoção de medidas civis fora do protocolo da investigação criminal têm prejudicado a eficiência das apurações e colocado as vítimas em risco. “O caso exige tratamento responsável, sem sensacionalismo e com máxima proteção à intimidade das vítimas”, ressalta a nota.
A operação também chama atenção para o tráfico humano de caráter interno, praticado dentro das fronteiras estaduais. Segundo o MPPB, vítimas em situação de vulnerabilidade socioeconômica são aliciadas e exploradas sexualmente, submetidas a trabalho análogo à escravidão ou a outras formas de servidão.
Entenda o caso
O influenciador digital paraibano Hytalo Santos é alvo de investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde o fim de 2024 após denúncias de vizinhos e de moradores do condomínio onde residia, que relataram gravar vídeos com menores em contexto de adultização, com festas, uso de álcool e conteúdos de conotação sensual, o que motivou a abertura de procedimento que inclui responsabilização pela exposição indevida de crianças e adolescentes.
A polêmica ganhou força em 6 de agosto, quando o youtuber Felca lançou o vídeo “Adultização”, que viralizou ao expor práticas do influenciador envolvendo adolescentes em situação de exploração e erotização, impulsionando ações judiciais imediatas e forte debate público. Como resposta, a Justiça da Infância e Juventude de João Pessoa suspendeu perfis de Hytalo nas redes, desautorizou sua monetização, proibiu o contato com menores e determinou que despesas de busca e apreensão fossem cumpridas contra os equipamentos usados na produção dos vídeos.
Nas últimas semanas, foram autorizadas novas buscas em imóveis ligados ao influenciador, além da inclusão de outra pessoa no processo — Israel Nata Vicente — como investigado. A defesa de Hytalo se manifestou dizendo que ele jamais compactuou com ações contrárias à dignidade de menores e que está à disposição da Justiça.
Confira o momento da prisão: