O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) demonstrou forte insatisfação com a condução do PSDB tanto no plano estadual quanto nacional, durante entrevista ao programa CBN João Pessoa, da Rádio CBN Paraíba nesta quinta-feira (31). O parlamentar criticou a falta de diálogo da legenda com seus representantes na Paraíba e disse ter sido surpreendido com a visita do presidente nacional do partido, Marconi Perillo, ao estado, sem qualquer comunicação prévia aos deputados estaduais da sigla.
“O PSDB hoje tem três deputados estaduais na Assembleia Legislativa — eu, a deputada Camila Toscano e o deputado Manoel Ludgério — e nenhum de nós foi sequer consultado ou informado sobre essa agenda do presidente Marconi aqui na Paraíba. Isso mostra o distanciamento da direção estadual e nacional com seus filiados”, criticou.
Tovar avaliou que as divergências internas do partido em nível nacional têm se refletido nos estados, contribuindo para o esvaziamento da legenda. “Infelizmente, o que estamos vendo é um reflexo das desavenças nacionais se replicando nos estados. Se isso continuar, o partido tende a se tornar cada vez menor”, afirmou.
Convite a Cícero Lucena reaquece articulações
A visita de Marconi Perillo à capital paraibana teve como principal objetivo reforçar o convite para o retorno do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, ao PSDB. Durante um café da manhã na segunda-feira (28), Perillo manifestou o interesse da legenda em ter Cícero como candidato ao Governo da Paraíba nas eleições de 2026. O convite também foi estendido ao deputado federal Mersinho Lucena (PP), filho do prefeito, que esteve presente no encontro.
Embora tenha agradecido a deferência, Cícero não confirmou se aceitará o convite. Ele deixou o PSDB há cinco anos, após ter sido eleito senador em 2006 pelo partido com o maior percentual da história da Paraíba em uma eleição de vaga única: 48,25%. Desde então, filiou-se ao Progressistas, legenda pela qual venceu as eleições municipais de 2020.
A movimentação causou incômodo entre membros da atual bancada tucana na Assembleia Legislativa, que cobram maior participação nas decisões partidárias. Nos bastidores, cresce o debate sobre a condução da legenda e a fragilidade das estruturas estaduais diante de articulações centralizadas no comando nacional.
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