O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (30) o reforço das medidas de vigilância na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em um condomínio de alto padrão no Jardim Botânico, em Brasília.
A decisão vem após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestar contrário ao pedido da Polícia Federal para manter agentes 24 horas dentro da casa de Bolsonaro. Embora tenha rejeitado essa presença constante no interior do imóvel, Gonet recomendou o reforço da segurança no entorno da residência — sugestão que foi acolhida por Moraes.
Pelo novo despacho, a Polícia Penal do Distrito Federal será responsável pelo monitoramento presencial da área externa e das divisas da casa com outras propriedades do condomínio. O objetivo é evitar qualquer possibilidade de fuga ou interferência nas investigações.
Além disso, o ministro autorizou a realização de inspeções em todos os veículos que deixarem o local, com checagem de habitáculos e porta-malas. Os registros dessas vistorias — incluindo dados de veículos, motoristas e passageiros — deverão ser enviados diariamente ao STF.
Julgamento se aproxima
O reforço nas medidas ocorre a poucos dias do julgamento do ex-presidente pela Primeira Turma do STF, marcado para terça-feira (2). Bolsonaro e mais sete aliados são réus no processo que apura a atuação do chamado “núcleo duro” da tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Desde o início de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, após Moraes entender que ele descumpriu medidas cautelares ao usar perfis de terceiros para publicações nas redes sociais.
Na semana passada, outro episódio voltou a acender o sinal de alerta. A Polícia Federal identificou no celular de Bolsonaro um documento de solicitação de asilo político, supostamente preparado para ser apresentado ao presidente da Argentina, Javier Milei. O arquivo estava salvo no aparelho desde 2024.
A defesa do ex-presidente alegou que se tratava apenas de um “rascunho” que nunca chegou a ser formalizado. Os advogados também negaram qualquer intenção de fuga.
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