O Brasil viverá dois grandes momentos neste fim de semana. Um no futebol, o outro na política. O primeiro terá um caráter unificador, já sobre o segundo não podemos dizer o mesmo.
Sábado, a disputa na Libertadores antecipará o fim da campanha eleitoral. Será, tenho toda certeza, um momento em que quase todo mundo – não dá pra generalizar – vestirá a mesma camisa e se dará as mãos torcendo pela vitória do Flamengo. Afinal, é o Brasil quem, literalmente, estará em jogo.
Do lado eleitoral, que se concretiza no domingo nas urnas, a campanha de certo continuará dividindo o Brasil.
E é assim por uma constatação simples: se tem duas coisas que o brasileiro mais gosta de falar, discutir, comentar e pitacar é sobre política e futebol.
Se tem Flamengo em campo, aí a política fica em segundo plano. Se tem flamengo na final da Libertadores, a política fica em terceiro plano.
Teremos um sábado atípico no Brasil que vai misturar o último dia de campanha eleitoral e 42 milhões de brasileiros com o coração batendo acelerado pelo Flamengo.
A não ser que caia um avião no sábado que antecede o dia da eleição – e, claro, ninguém quer isso -, o Flamengo roubará toda a cena.
Em sendo o Flamengo o vitorioso, a festa renderá madrugada a dentro, chegando até o início de próxima semana.
O grave é que a campanha que formalmente acaba no sábado vai perdurar não se sabe por quanto tempo, será um permanente e interminável FLA X FLU no Brasil, infelizmente.
Vença quem vencer, o Brasil sai da campanha dividido, rachado ao meio.
O que se pede, o que se sonha e o que se quer, do fundo do coração, é que, tal qual no futebol, as torcidas se respeitem, que convivam sabendo respeitar as diferenças, as divergências, os pensamentos contraditórios. E o pedido vale para ambos os lados.
Que nosso Brasil, espelhado no amor que rejerá a orquestra do futebol no sábado, coloque dentro de cada um o antídoto que combate a antidemocracia, a intolerância e o desamor.