O vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro, resolveu inovar no manual da política: cometeu um erro tão primário que nem os estagiários de campanha de primeira viagem ousariam repetir. E tudo indica que não foi por maldade… foi por uma espécie rara de ingenuidade política — dessas que geram inúmeras desconfianças de aliados e reforçam discursos de adversários.
Enquanto o governador João Azevêdo desembarcava em Cajazeiras para entregar várias obras na região, entre as quais uma das maiores da história recente da cidade — a estrada de Boqueirão —, a prefeita Corrinha e seu mentor, o ex-prefeito Zé Aldemir, preferiram fazer cara de paisagem, boicotar e ignorar solenemente a presença do chefe do Executivo estadual. Nada de comparecer, nada de posar para foto, nem mesmo um pio institucional.
Todo mundo em Cajazeiras sabe, até o vendedor de milho da feira: Corrinha e seu grupo não votam de forma alguma, não apoiam e sequer disfarçam sua antipatia por João Azevêdo. Mas Lucas Ribeiro, num ato de puro “desmemoriamento político”, saiu da agenda do governador e foi… tietar Corrinha em seu gabinete. Um gesto que mais parecia coisa de fã do que de vice-governador de Estado.
Achou pouco? Pois hoje, sábado ensolarado, Lucas deu mais um passeio, desta vez de mãos dadas (politicamente falando) com Zé Aldemir na feira livre da cidade. Uma voltinha simbólica que gritou aos quatro ventos: “Se for pra pensar na minha reeleição, abraço até adversário de João com sorriso no rosto.”
A leitura nos bastidores foi imediata e incômoda: se agora, como vice que depende do afastamento de João, Lucas já dá sinais de que o governador pode ser escanteado para não desagradar seus aliados em apenas um município, imaginem em abril do ano que vem, quando ele estiver com a caneta do governo na mão e um olho no peixe (o Senado de João) e o outro no gato (sua própria sucessão).
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