Romeu Zema, um ser que a Gestapo e a KGB não desejariam ter em seus quadros “profissionais” – Por Eliabe Castor

Por Fonte83 - 07/08/2023

A Gestapo foi a polícia secreta criada pelos nazistas com o objetivo de monitorar e perseguir indivíduos e grupos que pudessem representar alguma ameaça para o Estado. A palavra gestapo é uma contração de geheim Staatspolizei, termo em alemão que significa “polícia secreta do Estado”. A dita foi desenvolvida à medida que os nazistas ganharam espaço na política e na sociedade alemã.

Outra famigerada polícia, ou serviço secreto, surgiu na  falecida União Soviética, com a sigla KGB. Em russo, tal nomenclatura significa Comitê de Segurança do Estado. Pois bem, delas se esperavam de tudo, menos compaixão àqueles que tentavam discordar dos respectivos estados ditatoriais que “serviam” de forma doentia.

Note, leitor, que iniciei o texto exibindo os perigos de regimes totalitários para com seus cidadãos. Eles utilizavam de dispositivos para calar as pessoas, somando-se, em tais contextos, forte xenofobia e outras tantas atitudes amplamente reprováveis em tempos passados e em dias atuais.

Pois bem! Digo com toda a certeza que mesmo os ex-participantes desses mecanismos castradores ficariam enrubescidos com as declarações infames do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), um radical de extrema-direita que “declarou” não só uma guerra fiscal, mas um ato de pura intolerância aos brasileiros que habitam o Norte e Nordeste do nosso, eu disse, nosso país; afinal o Brasil se constitui em Estado federativo, algo que o “mineirinho” não entende, ou tenta não entender.

E nesse turbilhão louco de bairrismo cafona, das duas uma: ou o tal Zema faltou as aulas de geografia, ou quer ser comparado a um agente secundário, já que não tem competência maior para figurar em um suposto primeiro escalão da Gestapo ou KGB.

E quem é esse Zema para tentar estender um laço de ranço separatista em nossa Pátria amada? Eu indago e respondo ao mesmo tempo: um desajustado que não conhece, ao menos, a história do Brasil.

E quando falo isso, lembro que o Nordeste foi por muito tempo a locomotiva que impulsionou o crescimento econômico do Sul e Sudeste. Foi nessa bela região que a então Pindorama, ou Terra de Santa Cruz, nome dado pelos portugueses quando atracaram na terra do pau-brasil, deram início à “confecção” da história econômica e social brasileira. Uma costura com traços europeus, claro, já que os povos originários tinham seus próprios valores e tradições.

Agora, após ser bombardeado por todos os quadrantes de uma artilharia unida e que prega, exatamente, uma União forte e vigorosa, o “valente” Zema recua e diz que foi mal interpretado. Fica ele na berlinda, como o ensaio de uma ópera-bufa. Um “Triste fim de Policarpo Quaresma”. E sim, o Nordeste necessita, e muito, do Sul e Sudeste, como o Norte e suas riquezas naturais.

Diferente de muitos países europeus, que têm movimentos separatistas fortes, o Brasil é um bloco unitário. Todos falam a mesma língua, diferenciando-se, apenas, do sotaque que, para a minha pessoa, é outro exemplo fraterno e belo no seio de um país com dimensões continentais.

Por fim, sou completamente contra qualquer tipo de extremismo. Venha ele da esquerda ou direita. É preciso respeitar o contraditório. Ouvir, pelo menos, o discurso equilibrado dos que pensam diferente.

Não há espaço para o separatismo inóculo e ridículo. E que o tal Romeu Zema, que jamais representará o pensamento amplo do povo mineiro ou das regiões Sul e Sudeste, busque medir as palavras enquanto homem público e eleito democraticamente.

O Brasil, como um dia falou Chico Buarque, precisa afastar o “Cale-se!” típico dos ditadores. Precisa calar os extremistas, e aí não importa suas linhas de pensamentos, estando aí a política e a ideológia. A xenofobia mata. A intolerância destrói. Falas que não constroem podem desagregar a sociedade. É preciso prudência para que não seja “desenvolvido” um Holocausto made in Brazil.