“Romero Rodrigues: Pés em 2024, olhos em 2026”, por Fabiano Gomes

Por Fabiano Gomes - 20/06/2023

Romero Rodrigues. Foto: Reprodução

Depois de confirmar a posição de maior liderança política de Campina Grande, Romero Rodrigues resolveu que chegou a hora de fazer vôos mais altos na política paraibana. Voto ele já mostrou que tem. Romero elegeu-se duas vezes prefeito de Campina, sendo a reeleição, em 2016, um passeio de 62,85% sobre Veneziano Vital do Rêgo. Elegeu o sucessor no primeiro turno, em 2020, e se tornou o deputado federal recordista de votos da cidade, em 2022, com impressionantes 70 mil votos (69.292 para ser mais preciso).

Quem imaginar outra motivação a não ser essa, desconhece ou se engana sobre Romero Rodrigues. O Galo de Campina quer ser senador e vai se comportar na política até 2026 para cumprir esse objetivo. Isso, é óbvio, inclui a eleição de 2024.

Até lá, Romero pretende conversar com todas as vertentes políticas do estado, e eu acrescento por conta própria um “sobretudo” para me referir ao grupo do Governador João Azevedo. E acrescento mais: segundo minha leitura, baseada em conversas com gente muito próxima, que vem comendo o pão que o diabo amassou nesses dois anos e meio de gestão de Bruno Cunha Lima na prefeitura, e pressionam 24h por dia e 7 dias por semana pela candidatura de Romero, eu seria capaz de apostar um dedo meu que ser candidato a prefeito de Campina será o caminho do ex-prefeito.

Mesmo que Romero jamais admita que seu objetivo é ser candidato a senador em 2026, ele usará essa decisão como um trunfo para montar um sólido e representativo palanque em 2024, já que o candidato (ou candidata) a vice terá grandes chances de assumir a prefeitura de Campina e governar a cidade por, pelo menos, mais dois anos e oito meses.

É esse projeto de Romero que inviabiliza uma reaproximação com o prefeito Bruno Cunha Lima. Além das reclamações dos aliados mais próximos, Bruno prometeu a Veneziano, o principal adversário político de Romero em Campina, apoio à reeleição do emedebista ao senado em 2026. Desse jeito, não tem como acomodar os dois em um mesmo palanque.