Ricardo Coutinho calculou mal Lula ser “exclusivo” do PT e Alckmin é a prova – Por Eliabe Castor

Por Fonte83 - 18/03/2022

O simples tilintar dos sinos tocados pelo ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, cotado para ser o vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais deste ano, anunciando nesta sexta-feira (18) que irá migrar para o PSB, mudou o panorama político da Paraíba, e de forma veemente.

 

É aqui explico! O Partido dos Trabalhadores da Paraíba, ou melhor observando, a ala cujo líder é o ex-governador Ricardo Coutinho, pré-candidato a senador no pleito que está por vir, costurou uma aliança bem alinhavada com o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB).

 

O emedebista irá disputar o governo do estado, e nos planos de ambos, pretendiam, eles, de forma quase certa, ter exclusividade com a “marca” Lula em suas respectivas plataformas eleitorais, anulando a possibilidade do governador João Azevêdo (PSB) em desfrutar de imagens e sons ligados diretamente ao ex-presidente da República.

 

Em linhas gerais, o palanque pró-Lula de Azevêdo ficaria sem gosto. Porém, com a real possibilidade de Geraldo Alckmin ser o vice na chapa do petista histórico, formando, assim, uma coligação nacional envolvendo PT e PSB, o barco tomará outros rumos, para o deleite, inclusive, dos petistas que defendem a reeleição do governador.

 

Falo, por exemplo, do deputado federal Frei Anastácio e seu colega, Anísio Maia, que detém uma cadeira na Assembleia Legislativa da Paraíba. Ambos são antagônicos ao grupo que acompanha Ricardo Coutinho, desafeto pessoal de Azevêdo, em um embate ferrenho envolvendo criador e criatura, ou ao contrário.

 

E nessa nau que navega em mares bravios, Poseidon parece favorecer o chefe do Executivo estadual, e o próprio Lula. Um perfeito paradoxo, já que o presidente estadual do PT paraibano, Jackson Macedo, só admite um só palanque que faça coro uníssono a Luiz Inácio.

 

A força de Alckmin

 

Mas pelo que se observa nas atuais movimentações políticas implementadas pelas executivas nacionais do Partido dos Trabalhadores e Socialistas, as pedras irão se encontrar e formalizar uma chapa que dê fôlego eleitoral a Lula. E Geraldo Alckmin é o vice perfeito.

 

Para encerrar, é sempre bom lembrar que a aliança entre Lula e Alckmin começou depois da necessidade do petista em ter alguém de centro-direita ou direita moderada o apoiando.

 

Com o discurso mais voltado para esta área ideológica, Alckmin é visto por muitos como “par ideal” para o ex-presidente. O ex-governador de São Paulo também trará bonificações a Lula entre o empresariado, algo similar ao que ocorreu em 2002, quando o empresário e ex-senador mineiro José Alencar ( já falecido) foi o vice de Lula.          

 

Alckmin tem força aqui e alhures, por isso a coligação envolvendo  PT e PSB no plano nacional está praticamente firmada. Lula sabe de tal realidade, e não vai pô-la no lixo.