Protesto contra reforma administrativa de Hugo Motta mobiliza 10 mil e faz deputados retirarem assinaturas

Por Fonte83 - 30/10/2025

Servidores protestam em Brasília contra a PEC 38/2025, liderada por Hugo Motta.

A Marcha Nacional do Serviço Público contra a Reforma Administrativa reuniu cerca de 10 mil pessoas nesta quarta-feira (29), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Servidores das três esferas, trabalhadores da iniciativa privada e representantes de sindicatos de todo o país protestaram contra a proposta de emenda à Constituição (PEC 38/2025), liderada pelos deputados Hugo Motta (REP-PB) e Pedro Paulo (PSD-RJ).

Com faixas e palavras de ordem como “Reforma administrativa é o fim do serviço público”, os manifestantes seguiram até o Congresso Nacional para cobrar a retirada da proposta. A mobilização contou com caravanas da CUT, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), CNTE, Andes, Fasubra, Proifes, e dezenas de sindicatos estaduais, municipais e do setor privado, incluindo o Sintrajufe/RS.

Reforma ameaça estabilidade e direitos

Segundo os manifestantes e entidades sindicais, a PEC 38/2025 representa um ataque direto à estabilidade, aos concursos públicos e às garantias de carreira. O texto prevê redução de direitos, incentivo à terceirização e contratações temporárias, fim da progressão automática por tempo de serviço, teto para adicionais e auxílios, restrições ao teletrabalho e possibilidade de demissão por avaliação de desempenho.

Especialistas e sindicatos alertam que a proposta funciona como um “cavalo de Troia”: sob a justificativa de reduzir privilégios, ela precariza o serviço público, com cortes salariais, menos concursos, aumento da terceirização e ameaça à prestação de serviços essenciais.

Bancada do PT se posiciona contra a PEC

Na terça-feira (28), a bancada do PT na Câmara divulgou nota criticando a PEC 38/2025, classificando-a como “fiscalista e punitiva”. O partido ressaltou que a proposta compromete reajustes salariais, abre espaço para assédio e favorecimentos e coloca em risco a autonomia de servidores em áreas estratégicas, como a defesa do meio ambiente.

Durante a marcha, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) anunciou que a bancada cobrará do governo federal uma posição contrária à reforma.

Pressão popular faz deputados recuarem

Protocolada na sexta-feira (24) com 171 assinaturas, a PEC já enfrenta resistência: oito parlamentares solicitaram a retirada de seus nomes. O movimento demonstra que a pressão da sociedade e dos servidores dificulta o avanço da proposta.

Da bancada gaúcha, 13 deputados haviam assinado a PEC, mas até o momento, nenhum pediu a retirada.

Caravana do Sintrajufe/RS reforça mobilização

Após a marcha, a caravana do Sintrajufe/RS se reuniu com o deputado Bohn Gass (PT-RS), acompanhado pelo Sindjus/RS. O parlamentar reafirmou a importância da mobilização contra a PEC e destacou que projetos sobre reposição salarial e adicional de qualificação podem ser votados a qualquer momento, reforçando a necessidade de manter a pressão no Congresso.

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