Presidente do SIMED-PB diz que não é contra ponto, mas critica exigência de 2h e proibição de celulares

Por Fonte83 - 13/02/2025

O presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba, Tarcísio Campos, se manifestou sobre o polêmico projeto do vereador Guga Moov (PSD), que propõe a implementação de ponto eletrônico para os médicos da rede municipal de saúde de João Pessoa. Tarcísio destacou que já existe um sistema eficiente de controle de frequência na Secretaria Municipal de Saúde, através do Núcleo de Auditoria Médica (NAM), onde os médicos registram sua entrada e saída.

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De acordo com Tarcísio, o NAM funciona como uma auditoria interna, confrontando os horários registrados pelos médicos com os dados do sistema. Ao chegar ao hospital, o médico assina o ponto, e o NAM verifica se o horário de entrada registrado corresponde ao que foi assinado. Esse sistema garante que os médicos cumpram sua jornada de trabalho, sem a necessidade de um ponto eletrônico adicional. Tarcísio afirmou que, com esse sistema de controle já em vigor, a proposta de marcar o ponto a cada duas horas seria desnecessária e causaria transtornos no atendimento.

Em relação à proposta do vereador, que prevê o registro do ponto a cada duas horas, o presidente do sindicato considerou a medida impraticável. “Já existe um controle interno na rede hospitalar e o projeto, como está, causaria um grande transtorno, paralisando atendimentos importantes”, afirmou.

Tarcísio também comentou a proibição do uso de celulares, destacando a importância do aparelho como ferramenta de trabalho, principalmente para consultas rápidas e diagnósticos. Contudo, enfatizou que o sindicato é contrário ao uso recreativo do celular durante o expediente.

“A gente acha que o celular hoje é um instrumento necessário na mão de qualquer profissional. Serve até como banco de dados, né? Para você consultar uma receita. Então, uma uma uma receita, ver a dosagem, principalmente quem faz a parte de pediatria, tem que fazer aqueles cálculos corretos com o peso da criança. Você tem guidelines, condições de fazer uma consulta rápida ou até mesmo fazer uma vídeo-chamada com um outro colega seu que é mais especialista do que você naquela referida doença para tirar uma dúvida e fazer um diagnóstico correto. O celular ele agiliza o atendimento. Agora, o uso recreativo do celular isso aí o sindicato também é contra. Você não pode admitir que você está dentro de uma cirurgia e mexendo no celular. Não, celular é para uso profissional para ajudar na naquela situação onde você tenha algum tipo de dúvida”, explicou.

Se o vereador optar por retirar a exigência de registro do ponto a cada duas horas e a restrição ao uso do celular, o sindicato não se oporá à implementação de um ponto mais convencional, como o de entrada e saída, que considera uma obrigação legítima para os servidores públicos. “O ponto, para a gente, não é problema. Se for dessa forma, estaremos de acordo”, afirmou Tarcísio.

Por fim, o presidente do Sindicato lamentou que o vereador não tenha procurado as entidades médicas para discutir o projeto antes de sua elaboração. “O vereador deveria ter buscado o diálogo com os representantes da categoria para propor um projeto que fosse mais viável”, concluiu Tarcísio, reforçando que o sindicato está aberto ao diálogo e à busca de soluções que melhorem o atendimento à população.