Em meio ao agravamento da crise financeira na rede municipal de saúde, o presidente da Câmara de Campina Grande (CMCG), Saulo Germano (Podemos), afirmou nesta terça-feira (28) que dará andamento à análise do requerimento que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação do setor.
“Vou receber e encaminhar para a Procuradoria da Casa. Preciso que eles avaliem se há fundamentação para que possamos abrir a CPI”, declarou o parlamentar, em entrevista repercutida pelo programa Correio Debate, da rádio Correio 98 FM.
O pedido de criação da CPI foi protocolado por vereadores de oposição na semana passada e tem como base denúncias de atrasos salariais e possível colapso orçamentário. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e da Borborema (Sintab), Franklyn Barbosa, denunciou que prestadores de serviço da saúde estão sem receber desde agosto, com relatos de profissionais passando por dificuldades financeiras e até fome.
A situação se agravou após o secretário executivo de Finanças do município, Felipe Gadelha, admitir que todo o orçamento previsto para a Saúde em 2025, cerca de R$ 165 milhões, já foi utilizado até setembro deste ano. A revelação acendeu o alerta sobre a sustentabilidade fiscal da pasta e levantou questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos.
Hospitais conveniados à Prefeitura relatam atrasos de até três meses nos repasses, o que ameaça a continuidade dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Algumas unidades já recorreram à Justiça para garantir o pagamento dos valores devidos.
A expectativa agora é de que a Procuradoria da Câmara emita um parecer técnico nas próximas semanas, definindo se o pedido de CPI atende aos requisitos legais para ser instaurado. Caso seja autorizada, a comissão poderá investigar falhas na aplicação de recursos, atrasos contratuais e eventuais responsabilidades administrativas no colapso da Saúde municipal.
Nos bastidores, a articulação pela CPI ganhou força e promete esquentar o clima político na Casa Félix Araújo, ampliando a pressão sobre a gestão municipal em pleno fim de mandato.
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