A federação partidária formada pelo União Brasil e o Progressistas (PP) anunciou, nesta terça-feira (2), a saída de todos os seus filiados que ocupam cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão, que rompe de vez a aliança com o Palácio do Planalto, foi comunicada em nota pública pelos presidentes das legendas, Antonio Rueda (União Brasil) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
O comunicado determina que os filiados que não renunciarem aos seus postos no governo sofrerão sanções internas, podendo até ser expulsos de seus respectivos partidos. A medida atinge os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), que vinham defendendo a permanência em suas pastas. Segundo a federação, a situação se tornou insustentável.
A pressão dos presidentes das siglas sobre os ministros foi direta e incisiva. Segundo fontes próximas, Ciro Nogueira e Antonio Rueda comunicaram a Sabino e Fufuca que, caso não entregassem os cargos, seriam expulsos das siglas.
Quando questionado sobre o prazo para a saída, Antonio Rueda foi enfático ao declarar que a renúncia deveria ocorrer “hoje”. Já Ciro Nogueira adotou um tom mais brando, afirmando que a decisão dependeria do “bom senso” de cada um.
Nem todos, no entanto, serão afetados. Os ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações) deverão ser poupados, mesmo sendo considerados parte da cota de indicações do União Brasil. A justificativa é que eles não são filiados a nenhum dos partidos e contam com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A decisão da federação acontece em um momento de alta tensão entre as legendas e o Palácio do Planalto. A crise se aprofundou após o presidente Lula criticar abertamente Antonio Rueda, afirmando que o presidente do União Brasil “não gosta dele, nem do governo”. A declaração foi feita em uma reunião ministerial onde Lula cobrou apoio público de ministros de ambas as legendas. Em resposta, Rueda emitiu uma nota rebatendo as acusações e reforçando a independência de seu partido.
O rompimento também consolida um alinhamento político da federação com o Partido Liberal (PL). Em reunião na segunda-feira (2), Ciro Nogueira e Rueda se encontraram com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, onde foi acordado o apoio público das legendas a projetos de lei que visam anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
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