O tenente Alex William de Lira Oliveira, acusado de participação na chamada “chacina do Conde”, foi preso na noite desta quinta-feira (7) ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça da Paraíba foi cumprido pela Polícia Federal (PF), logo após a chegada do oficial, que retornava dos Estados Unidos (EUA).
Segundo o advogado de defesa, Luiz Pereira, o tenente não estava foragido, mas de férias no exterior, com autorização do comando da Polícia Militar da Paraíba (PMBPB). Ele afirmou que Alex William decidiu voltar voluntariamente ao Brasil assim que soube da decisão judicial, mas adiou a viagem para acompanhar o parto antecipado da esposa, que enfrentava complicações na gestação.
“Ele jamais fugiu. Estava de férias e informou seu paradeiro às autoridades militares. Assim que a situação de saúde da esposa e do bebê foi estabilizada, providenciou a documentação da criança e retornou ao país para se apresentar à Justiça”, afirmou o advogado ao Portal Fonte83.
Após ser ouvido na Polícia Federal, Alex William foi transferido para Recife, onde foi recebido por uma equipe da Polícia Militar e levado para João Pessoa. Ele deverá passar por audiência de custódia ainda nesta sexta-feira (8), quando a defesa pedirá a substituição da prisão por medidas cautelares.
Entenda o caso
O tenente Alex William é um dos seis policiais militares investigados por envolvimento em uma operação da PM que terminou com a morte de cinco jovens no município do Conde, em 15 de fevereiro deste ano. O caso ficou conhecido como a “chacina do Conde”.
A ação policial, segundo as investigações, teria sido uma execução disfarçada de confronto, motivada pela suposta tentativa das vítimas de vingar um feminicídio ocorrido na região.
Os militares são acusados de homicídio e fraude processual. Durante a investigação, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) tentou realizar a reconstituição do crime, mas os policiais se recusaram a participar, alegando direito ao silêncio. A perícia considerou impossível refazer o crime sem a presença dos investigados, o que levou a Justiça a revogar as prisões temporárias dos cinco PMs detidos, substituindo-as por medidas cautelares.
Já o tenente Alex William, que estava nos Estados Unidos à época, teve a prisão convertida em preventiva. A Justiça entendeu que, mesmo após o mandado expedido, ele permaneceu fora do país, o que caracterizou fuga do processo.
Os outros cinco policiais, Mikhaelson Shankley Ferreira Maciel, Marcos Alberto de Sá Monteiro, Wellyson Luiz de Paula, Kobosque Imperiano Pontes e Edvaldo Monteval Alves Marques, seguem respondendo em liberdade.
Próximos passos
Com a prisão cumprida, Alex William deve ser ouvido na audiência de custódia ainda nesta sexta-feira. A defesa busca revogar a prisão preventiva e substituí-la por medidas alternativas, alegando que o oficial sempre colaborou com as autoridades e retornou voluntariamente ao Brasil.
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