A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (12), uma operação que resultou na prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e integra as investigações sobre um esquema milionário de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.
Segundo a PF, Antunes atuava como intermediário junto a sindicatos e associações, retendo valores descontados indevidamente dos beneficiários. Parte dos recursos, de acordo com os investigadores, era destinada a servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), familiares e empresas ligadas ao grupo. Somadas, as movimentações identificadas em contas vinculadas a Antunes chegam a R$ 53,5 milhões.
Maurício Camisotti é apontado como um dos principais beneficiários do esquema fraudulento envolvendo entidades de aposentados. Ele nega as acusações. A defesa do empresário classificou a prisão como arbitrária e afirmou que irá recorrer.
Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão contra o advogado Nelson Willians. A PF apura movimentações financeiras de seu escritório que, entre 2019 e 2023, teriam alcançado cerca de R$ 4,3 bilhões — transações consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A relação de Willians com Camisotti também foi alvo da CPMI do INSS, instalada no Congresso Nacional.
Em nota, a defesa de Camisotti criticou a forma como a prisão ocorreu, alegando que o empresário teve o celular apreendido enquanto falava com seu advogado, o que configuraria violação de garantias constitucionais.
As investigações seguem em andamento para apurar a extensão dos desvios e o envolvimento de outras pessoas no esquema.
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