Polícia Federal e Receita desmantelam esquema de R$ 23 bilhões do PCC no setor de combustíveis

Por Fonte83 - 28/08/2025

Polícia Federal

A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (28) duas operações simultâneas de combate ao crime organizado na cadeia produtiva de combustíveis. As ações, batizadas de Operação Quasar e Operação Tank, têm como alvo esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro, blindagem patrimonial e fraudes que movimentaram mais de R$ 23 bilhões em todo o país.

Com foco em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto, a Operação Quasar mira uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. As investigações identificaram um esquema que usava fundos de investimento para ocultar patrimônio ilícito, com indícios de ligação a facções criminosas.

A rede criminosa operava por meio de uma teia complexa de empresas e fundos interligados, que realizavam transações simuladas de ativos — como imóveis e títulos — entre empresas do mesmo grupo, sem justificativa econômica real.

Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, além do sequestro integral de fundos de investimento usados nas movimentações ilegais. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores de até R$ 1,2 bilhão, além da quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados.

No Paraná, a Operação Tank busca desarticular uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado. Desde 2019, o grupo criminoso teria lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede com centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings e até instituições de pagamento reguladas pelo Banco Central.

As apurações revelaram práticas como depósitos fracionados em espécie (que ultrapassaram R$ 594 milhões), uso de “laranjas”, fraudes contábeis, transações cruzadas e operações fictícias. Também foram constatadas fraudes na comercialização de combustíveis, como adulteração de gasolina e a chamada “bomba baixa”, em que o consumidor recebe menos combustível do que o indicado na bomba.

Em Curitiba, 46 postos de combustíveis estariam envolvidos nessas práticas. Ao todo, estão sendo cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão.

De acordo com a PF e a Receita, as operações têm como objetivo desestruturar financeiramente as organizações criminosas, recuperar valores desviados e impedir a infiltração do crime organizado no sistema financeiro e no mercado de combustíveis.

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