O governador João Azevêdo entregou hoje, no chão onde nasci, uma das obras mais sonhadas pelo nosso povo nos últimos 50 anos: a estrada que liga Cajazeiras ao seu maior distrito, Boqueirão, onde repousa o açude Engenheiro Avidos — gigante como o sonho de quem por ali vive.
Eu não, mas meu pai, seu Expedito, com quase 90 anos e morador de Boqueirão desde os tempos do candeeiro, já viu de tudo: promessas e mais promessas de 8 ex-governadores que apareceram com asfalto na boca e sumiram na primeira curva da eleição.
Hoje, quando finalmente a estrada saiu do papel e virou chão de verdade, o que se esperava era gratidão, grandeza… ou pelo menos educação. Mas a prefeita Corrinha Delfino, em mais uma demonstração de que a cadeira pode até ser de Cajazeiras, mas o espírito é de calçada estreita, simplesmente ignorou o momento histórico.
Não apareceu. Fingiu que não era com ela. E ainda mandou seus assessores espalhar na mídia que a solenidade não foi prestigiada porque ela, seu mentor Zé Aldemir e o deputado Júnior Araújo, que fazem oposição ao atual governador, não compareceram. Talvez porque a obra não tivesse sua digital e do seu grupo — o que é triste, mas não justifica a pequenez.
Em nome do meu pai, em nome dos filhos de Cajazeiras e dos sonhos que agora podem trafegar por essa estrada, peço desculpas ao governador João Azevedo. Porque Cajazeiras é maior que essa ausência, mais altiva que esse silêncio e mais grata do que a prefeita que não teve a grandeza de estar presente.
Perdão, João. Cajazeiras não é do tamanho de Corrinha. É bem maior. E vai continuar sendo.
