Sou filho do rádio. Nele nasci, cresci, fiz dele meu ganha pão. O rádio me deu tudo, não me deixou faltar nada.
Mas é com o coração apertado que trago esses dados que acendem a luz amarela, não só para nós que amamos o rádio, mas também para os empresários da radiofonia e todos os que fazem os bastidores e, portanto, têm no rádio o seu meio de vida. Também para os empresários e diretores de emissoras do rádio, sobretudo na Paraíba.
O rádio ainda resiste, mas já saiu do apartamento e está numa semi-intensiva. Todos sabem que a crise é real, que a queda no número de ouvintes é assustadora.
A internet e suas diversas plataforma de streaming que continuam a surgir, cada uma delas vai levando o pedaço da audiência radiofônica.
Os podcasts que deixam você bem informado na hora que você quer sem lhe prender a um horário fixado pelos donos das emissoras que é como se fosse um inquisição do tipo: ou você liga o rádio ao meio-dia em emissora tal ou você ficará desinformado.
Isso acabou.
Precisamos buscar convergência de mídia para que o rádio ressuscite, formatar grades com a máxima criatividade, contratar publicitários para pensarem nesse tipo de coisa. Enfim… reinventar o rádio.
Agora, vamos aos tristes números do rádio na Capital da Paraíba;
João Pessoa tem hoje 817 mil habitantes e em um dos horários mais nobres do rádio, que é das 6 às 8 da manhã, varia entre 52 mil e 60 mil rádios ligados. Isso mesmo. Em toda João Pessoa, nesse horário, nós temos apenas entre 52 mil e 60 mil ouvintes.
Agora, imagine esse número fatiado para 17 emissoras. Para se ter ideia, a rádio de maior audiência no horário fala para 13 mil pessoas.
Outro horário bastante afamado no rádio é o das 18 horas. Esse tem 56 mil pessoas ouvindo rádio em uma cidade de mais de 800 mil habitantes. E a rádio que tem mais audiência não passa dos 9 mil ouvintes.
Se não mudar, se não renovar, se não reinventar, os números vão minguar cada vez mais, até que o rádio será apenas uma boa lembrança para aqueles que um dia fizeram parte de sua história.