O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (Republicanos), acionou sua “tropa de choque” na imprensa para espalhar uma comparação completamente esdrúxula entre a nomeação de sua filha, Allana Galdino, e a de Fernando Catão para o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). O objetivo? Justificar a indicação de Allana, que enfrenta questionamentos na Justiça por possível nepotismo.
A comparação ignora diferenças gritantes entre os dois casos. Fernando Catão, natural de Campina Grande, é engenheiro civil e ocupa cargo no TCE-PB desde 2004. Ao longo da carreira, presidiu o Tribunal, foi vice-presidente, corregedor e coordenador da Escola de Contas. Antes disso, acumulou vasta experiência na administração pública, atuando como secretário de Planejamento e Gestão do Estado, secretário de Finanças de João Pessoa, secretário de Políticas Regionais no Governo Federal e até suplente de senador.
Já Allana Galdino, por outro lado, não tem trajetória administrativa ou técnica relevante. Seu grande diferencial é ser filha do presidente da ALPB, que, no seu quinto mandato à frente da Casa, articulou sua indicação ao TCE-PB. Como era de se esperar, a nomeação enfrenta resistência de setores populares e já foi alvo de ações no Tribunal de Justiça da Paraíba e no Ministério Público de Contas.
Outro ponto ignorado na comparação é o grau de parentesco. Fernando Catão era tio de Cássio Cunha Lima, então governador, que apenas assinou a nomeação do nome escolhido pela ALPB. Já Allana Galdino foi diretamente indicada pelo próprio pai, Adriano Galdino, que comanda a Assembleia há anos e teve influência direta na escolha.
A tentativa de equiparar os dois casos não resiste a uma análise mínima de mérito e qualificação. Mas, como sempre, há quem esteja disposto a defender o indefensável.
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