O café que não tomei com João

Por Fonte83 - 13/01/2021

Nós tínhamos um café da manhã marcado. Mas a Covid chegou antes desse encontro fraterno acontecer.

É nesse momento que o “se” aparece.

Se soubesse que tínhamos tão pouco tempo.

Se soubesse que aquela era a oportunidade da despedida.

Se…

Durante todo o tempo em que ele lutou pela vida, torci fervorosamente para que pudéssemos ter esse reencontro. A vida – ou a morte – não permitiu.

Não tem mais se.

Só a dor da obrigação de dizer adeus ao amigo João Henrique, que sem alarde sempre esteve ao meu lado. Inclusive e principalmente nos momentos mais difíceis.

Perco um amigo. A Paraíba perde um grande homem.

João era íntegro, leal, justo. Uma figura rara, que jamais contaminou a alma, mesmo em meio aos lobos da política.

Ele era sobretudo corajoso, do tipo que não se curva a nada nem ninguém.

Jamais o fez a qualquer governo. Nem mesmo ao do seu amigo Cássio. Sua integridade não permitia.

João deixa um legado: a arte de fazer amigos, de somar.

Suas virtudes se refletiram nas urnas de 2018, garantindo sua reeleição e a eleição de sua esposa, a deputada federal Edna Henrique.

Legado esse que agora ficará nas mãos do filho, herdeiro de sua maior virtude: fazer amigos.

Essa é, de hoje em diante, a missão de Michel.
Espelhando os bons exemplos de João.
E atenuando a saudade, do tamanho desse imenso paraibano que perdemos.