NOVA DENÚNCIA: Folha revela que Hugo Motta contratou cinco parentes de mulheres apontadas como funcionárias fantasmas em seu gabinete

Por Fonte83 - 16/07/2025

Presidente da Câmara Hugo Motta; Foto: Mário Agra / Câmara

Depois de revelar que três funcionárias com atividades incompatíveis recebiam salários da Câmara dos Deputados, a Folha de S.Paulo trouxe à tona uma nova denúncia: o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), também manteve no gabinete cinco parentes diretos dessas servidoras, configurando um verdadeiro feudo familiar instalado com verba pública no Congresso Nacional.

Segundo a reportagem, familiares da fisioterapeuta Gabriela Pagidis e da assistente social Monique Magno — ambas exoneradas após a exposição da primeira denúncia — figuraram por anos na folha de pagamento do gabinete do deputado paraibano.

Gabriela, que atendia em clínicas privadas do Distrito Federal enquanto recebia R$ 11,4 mil da Câmara, é filha de Athina Pagidis, ex-chefe de gabinete de Motta, e teve ainda a irmã, a tia e o primo nomeados ao mesmo tempo no gabinete do deputado entre 2021 e 2022. Já Monique, que acumulava cargo público em João Pessoa com o de secretária parlamentar, teve a mãe, Márcia Agra de Souza, contratada por Motta entre 2011 e 2015.

Ao todo, os parentes contratados são:

  • Athina Pagidis (mãe de Gabriela) – chefe de gabinete até 2019;

  • Adriana Pagidis (tia) – assessora até 2022;

  • Bárbara Pagidis (irmã) – também exonerada;

  • Felipe Pagidis (primo) – atualmente lotado no gabinete do deputado Wellington Roberto, mas sem confirmação de presença em Brasília;

  • Márcia Agra de Souza (mãe de Monique) – contratada entre 2011 e 2015.

A Constituição e o regimento da Câmara não vedam a contratação de parentes de funcionários por deputados, desde que não haja relação de parentesco com o próprio parlamentar. No entanto, o padrão de nomeações sucessivas de membros de um mesmo círculo familiar, aliado à ausência de comprovação de atividades reais, levanta suspeitas de apadrinhamento político e uso indevido da estrutura da Câmara.

Procurado, Hugo Motta não respondeu aos questionamentos sobre a contratação dos familiares das funcionárias fantasmas. Em nota anterior, limitou-se a dizer que “preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários de seu gabinete, incluindo os que atuam de forma remota e são dispensados do ponto”.

Em um dos casos, a tia de Gabriela, Adriana, já fora exonerada, mas, segundo assessores e familiares, seguiria prestando serviços informalmente ao gabinete de Motta — o que, se confirmado, seria irregular. O primo, Felipe, hoje lotado com Wellington Roberto, também é alvo de suspeita de ser funcionário fantasma.

Além disso, a ex-funcionária Márcia Agra, mãe de Monique, atualmente está lotada no gabinete do deputado João Carlos Bacelar (PL-BA), mesmo mantendo um escritório profissional na Paraíba — o que viola a regra de lotação de assessores parlamentares fora do estado do deputado ou do Distrito Federal.

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