Realizada em seu melhor momento e impactada por fatores externos — associados a erros da oposição bolsonarista (como as repercussões do “tarifaço” do governo Trump e as mobilizações contrárias à chamada PEC da Blindagem) —, a avaliação negativa do governo Lula mantém-se, entretanto, em um patamar altíssimo, a apenas um ano da eleição.
Segundo pesquisa do PoderData divulgada na semana passada, 51% dos eleitores desaprovam a administração petista, enquanto 44% a aprovam. Em relação ao trabalho do atual presidente, 44% o consideram ruim ou péssimo, e apenas 23% o avaliam como ótimo ou bom.
O Nordeste é a única região do país em que a aprovação ao governo supera a desaprovação (53% a 44%). Contudo, do ponto de vista eleitoral, é preciso levar em conta que o Nordeste não é eleitoralmente homogêneo, como as últimas eleições demonstraram. Em João Pessoa, por exemplo, a disputa no segundo turno ficou praticamente empatada. Já o candidato de Lula ao governo, Veneziano Vital do Rêgo, obteve no primeiro turno apenas 11,7% dos votos, um percentual bem abaixo do registrado no estado (17,2%), enquanto Pedro Cunha Lima alcançou 26,5%. Único candidato a ficar fora da “polarização”. Nos grandes centros, Pedro colheu os frutos de sua acertada decisão. Foi o resultado obtido por ele em João Pessoa que o levou ao segundo turno, e depois a obter uma acachapante vitória no segundo, mesmo enfrentando o pessoense João Azevedo.
Por isso, continua para mim incompreensível essa disputa entre os candidatos ao governo — tanto da oposição quanto da situação — pelo apoio de Lula, que jamais, em pleito algum, foi decisivo para a eleição de qualquer governador, sobretudo depois de 2002. O que Lula pode agregar, na prática, é rejeição nos grandes colégios eleitorais.