O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (4) a suspensão imediata dos efeitos dos decretos do governo federal e do Congresso Nacional relacionados ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida foi tomada em meio ao embate jurídico e político entre os Poderes e tem como objetivo evitar um agravamento institucional.
Na mesma decisão, Moraes convocou uma audiência de conciliação entre representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, marcada para o dia 15 de julho. O encontro será uma tentativa de construir consenso sobre a competência e os limites constitucionais de cada Poder na regulação do imposto.
“Verifica-se que tanto os decretos presidenciais, por séria e fundada dúvida sobre eventual desvio de finalidade para sua edição, quanto o decreto legislativo, por incidir em decreto autônomo presidencial, aparentam distanciar-se dos pressupostos constitucionais exigidos para ambos os gêneros normativos”, destacou Moraes na decisão.
Entenda o impasse
O Congresso Nacional derrubou no fim de junho os decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aumentavam as alíquotas do IOF. A medida representou uma derrota política para o Planalto. Em resposta, o governo federal acionou o STF, por meio de uma Ação Direta de Constitucionalidade (ADC), argumentando que a decisão do Legislativo violava prerrogativas do Executivo.
O ministro relator cobrou esclarecimentos do governo em até cinco dias úteis sobre os critérios técnicos e jurídicos que motivaram a tentativa de reajuste do imposto. Ao Congresso, Moraes também exigiu explicações sobre os fundamentos que levaram à revogação do aumento por meio de decreto legislativo.
IOF na prática
O IOF incide sobre operações de crédito, câmbio, seguros e títulos, e é um dos instrumentos que o governo utiliza para regular a economia, especialmente o mercado financeiro. Por ser um imposto regulatório, pode ser alterado por decreto, sem necessidade de projeto de lei — mas essa prerrogativa vem sendo cada vez mais contestada no Judiciário.
A iniciativa de marcar uma audiência de conciliação reflete o esforço do STF em conter o atrito entre os Poderes em um ano pré-eleitoral e evitar decisões que possam fragilizar o equilíbrio institucional.
Se não houver entendimento entre as partes até o dia 15 de julho, o Supremo deverá se manifestar sobre o mérito da disputa, o que poderá redefinir os limites de atuação do Executivo e do Legislativo sobre matérias tributárias.
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