O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou neste sábado (9) a visita de oito familiares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em sua residência, neste domingo (10), quando é celebrado o Dia dos Pais. A decisão amplia a lista de pessoas autorizadas a visitar Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde o último dia 4 de agosto, por determinação do STF.
Entre os novos nomes liberados para a visita estão o sogro Vicente de Paulo Reinaldo, a sogra Maisa Torres Antunes, a nora Fernanda Antunes, uma neta do ex-presidente, dois sobrinhos e um irmão de criação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Antes disso, Moraes já havia decidido que filhos e netos do ex-presidente poderiam visitá-lo sem necessidade de autorização judicial.
As visitas estão autorizadas a ocorrer entre 10h e 18h e seguem sob restrições rigorosas, incluindo a proibição expressa do uso de celulares ou qualquer tipo de gravação dentro da residência. A medida busca evitar novas violações às condições da prisão domiciliar.
A prisão domiciliar de Bolsonaro veio acompanhada de um conjunto de medidas cautelares, determinadas após Moraes considerar que o ex-presidente havia violado a ordem judicial que o impedia de utilizar redes sociais — recorrendo, segundo o ministro, aos perfis de seus filhos e aliados para se manifestar publicamente.
No domingo anterior (3), Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro compartilharam mensagens atribuídas ao pai, agradecendo apoiadores que participaram de manifestações em diversas cidades do país. A ação foi interpretada pelo ministro como tentativa de burlar as restrições impostas pela Justiça.
Desde o início da prisão domiciliar, Bolsonaro tem recebido visitas autorizadas de aliados políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que esteve em sua casa na última quinta-feira (7). No entanto, nem todos os pedidos foram aceitos. O deputado Gustavo Gayer (PL–GO), por exemplo, teve sua solicitação negada por também ser alvo de investigações no STF.
Investigações em curso e julgamento no horizonte
Bolsonaro é investigado em diferentes frentes. Um dos inquéritos em curso apura o envio de recursos, por meio de transferências via Pix, para custear a estadia do filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos (EUA). O deputado federal, que atualmente reside no exterior, alegou perseguição política ao pedir licença do mandato em março deste ano.
Além disso, o ex-presidente é réu na ação penal que apura tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022. O julgamento no STF está previsto para setembro.
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