O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na madrugada desta sexta-feira (24) que pretende se reunir com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para tratar das punições impostas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e das sobretaxas aplicadas a produtos brasileiros. A declaração foi feita ao final de sua visita à Indonésia, antes de seguir para a Malásia, onde ocorrerá a cúpula da ASEAN e o encontro de líderes do Leste Asiático.
“Tenho todo o interesse em ter essa reunião, toda a disposição de defender os interesses do Brasil, mostrar que houve equívoco nas taxações e discutir a punição dada a ministros da Suprema Corte, algo que não tem explicação”, afirmou Lula.
Sete ministros do STF foram alvo de sanções norte-americanas em razão da atuação da Corte no julgamento da trama golpista durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reunião marcada na Malásia, paralela à cúpula internacional, será a primeira entre os dois presidentes desde o breve encontro na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, em setembro, quando Trump descreveu Lula como “um homem muito agradável” e comentou que houve “química excelente” entre eles.
Lula já tratou do tema com Trump por telefone, solicitando a retirada da sobretaxa de 50% imposta a produtos brasileiros. “Não existe veto a nenhum assunto. Vai ser uma reunião livre, a gente vai poder dizer o que quiser, ouvir o que quiser e o que não quiser também”, acrescentou o presidente.
Durante a passagem pela Indonésia, Lula participou de encontros com empresários, reuniu-se com o presidente do país, Prabowo Subianto, e assinou acordos bilaterais. O presidente brasileiro reforçou a importância de ampliar relações comerciais e diplomáticas, defendendo iniciativa ativa do Brasil no cenário internacional: “O mundo exige dos líderes políticos mais vontade de negociar e fazer as coisas acontecerem. Nós, que temos interesse, temos que procurar as pessoas, oferecer o que o Brasil tem de bom”.
O encontro com Trump está confirmado para domingo (26) e será a primeira reunião oficial desde o início da crise provocada pelo tarifaço norte-americano, marcada por expectativa de negociação ampla e direta entre os dois líderes.
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