O ex-presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Leonardo Gadelha, classificou como “acertada” a decisão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga descontos indevidos em benefícios do órgão de convocar todos os ex-presidentes da autarquia e ex-ministros da Previdência a partir de 2015.
Em entrevista ao programa Hora H, da Rede Mais e Rádio POP FM, nesta terça-feira (26), Gadelha afirmou que a medida estabelece um marco temporal necessário para dar objetividade às apurações. “Eu acho que foi uma medida acertada da CPMI. Eles precisavam estabelecer algum tipo de crivo, algum tipo de marco temporal, e escolheram fazê-lo com o período de 2015 para cá. Todos os presidentes do INSS, todos os diretores de benefícios, todos os ministros da Previdência estão sendo convidados a ofertar sua visão, suas percepções, suas experiências acerca do processo, para ver se conseguem detectar algum tipo de brecha. Eu mesmo tenho algumas sugestões que podem contribuir para o andamento do processo”, disse.
Gadelha, que presidiu o INSS entre os anos de 2016 e 2017, durante o governo Michel Temer, revelou ainda que conhece o fluxograma do funcionamento do instituto e acredita que essa será uma ferramenta útil para identificar onde ocorreram as falhas. “Eu acho que esse fluxograma é suficiente. O que precisamos identificar é onde, no meio dessas etapas, ainda existem possibilidades de fraude para que esses grupos, que evidentemente fraudaram e causaram prejuízos bilionários aos nossos aposentados, não possam repetir esses erros no futuro”, declarou.
Para o paraibano, a CPMI representa não apenas uma forma de fiscalização, mas também uma tentativa do Congresso Nacional de legislar para fechar lacunas no sistema de controle do INSS. “É uma medida salutar, que merece ser enxergada como uma tentativa do Congresso de cumprir seu papel, não só de fiscalizar, mas também de legislar, suprindo algumas lacunas que existem. A CPI está agora tentando evidenciar e eventualmente punir os responsáveis”, concluiu.
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