Depois de enfrentamentos públicos entre João Azevêdo e Vitor Hugo, uma bandeira branca tremula agora nas mãos do prefeito de Cabedelo.
Na quarta-feira, Vítor Hugo se desculpou com o governador João Azevêdo.
“Se lhe ofendi, peço perdão, governador. Porque devia estar no calor da emoção, mas venho publicamente pedir desculpas ao senhor.”
Pessoas públicas precisam evitar que eventuais divergências políticas extrapolem para o lado pessoal, mas o que separou o governador João Azevêdo do prefeito de Cabedelo vai muito além de uma divergência. Vitor Hugo é um político conhecido por atitudes passionais e arroubos retóricos. João Azevêdo, por sua serenidade. Vitor é um político de rede social, antes de tudo. João leva mais a sério a política e os cargos públicos que ocupa. E cumpre acordos. Já de Vitor Hugo não é possível dizer o mesmo.
Durante a pandemia, enquanto João Azevêdo agia com responsabilidade para proteger os paraibanos, mesmo enfrentando o desgaste, Vitor Hugo se comportou como um negacionista, deu todo tipo de mau exemplo à população incentivando que ela saísse do isolamento.
Em 2020, quando concorreu à reeleição, Vitor Hugo recebeu o apoio de João Azevêdo. Fez isso por conta da presença de Mesinho Lucena na chapa. Menos de dois anos depois, Vitor Hugo traiu seu próprio grupo político para apoiar o senador e candidato de oposição ao governo, Veneziano Vital. Não vou dizer que o “argumento” usado para convencer Vitor foram as emendas parlamentares do orçamento secreto, porque isso não é coisa que se diga sem que haja provas.
De todo jeito, o povo de Cabedelo deu a resposta ao prefeito e deixou Veneziano em quarto lugar na cidade. No segundo, Vitor Hugo seguiu com Pedro Cunha Lima, não se importando sequer com os apelos de Cícero e Mersinho para que apoiasse o aliado João Azevêdo.
Com sua inconfiabilidade, Vitor quase colocou a perder o projeto do seu maior aliado, Cícero, porque uma derrota de João Azevêdo deixaria o prefeito de João Pessoa numa situação dificílima. E para quê? Para apoiar a aventura de Veneziano e de Pedro Cunha Lima, inimigos políticos por décadas que agora andam de mãos dadas
Vitor Hugo gosta muito de parecer um político moderninho, mas é só a casca. Por dentro, o cheiro é outro. É por isso que João Azevêdo vai permanecer em silêncio sobre o aceno feito por Vitor Hugo. João está escaldado demais para acreditar em um político tão inconfiável como o prefeito de Cabedelo.