O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicou a líderes partidários na manhã desta terça-feira (16) que irá colocar em votação, na sessão deliberativa desta quarta (17), o pedido de urgência para o projeto de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A decisão foi anunciada durante reunião de líderes na residência oficial da Câmara e aumentou a tensão no Congresso. Segundo informações do portal Metrópoles, tanto o governo quanto a oposição já começaram a fazer a contagem de votos “no varejo” para medir as chances de aprovação da proposta.
De um lado, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), encomendou um levantamento técnico à assessoria legislativa para mapear apoios. Do outro, o Palácio do Planalto atua desde a semana passada para tentar barrar a medida, mobilizando aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e buscando reaproximação com lideranças do chamado centrão.
Nos bastidores, a avaliação de interlocutores é que Motta pessoalmente não gostaria de pautar a anistia, mas quer “se livrar do assunto” para destravar a pauta da Casa e encerrar o impasse. Líderes do centro compartilham dessa percepção.
Enquanto governistas planejam uma reação imediata após o anúncio oficial, no Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) acompanha o tema de perto e tenta articular um texto alternativo. A proposta em discussão entre senadores prevê apenas a redução de penas para condenados pelos ataques à Praça dos Três Poderes, excluindo qualquer possibilidade de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), recentemente condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
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