No último final de semana recebi um vídeo no qual o atual prefeito de Sousa, Fábio Tyrone, aparentemente sorri, por uma citação misógina de um profissional de imprensa. Imediatamente foram produzidas matérias a respeito do “comportamento reprovável” do prefeito sousense.
Seria muito grave. Gravíssimo, o comportamento de Fábio Tyrone. Seria. Seria, porque não foi. Indignado (mas educado e com razão) ele me enviou o vídeo completo da entrevista. E fica clara a reprovação dele acerca da fala do repórter.
Mas essa temática referente à desconstrução de imagem de adversários ou desafetos políticos não é algo recente. A diferença é que atualmente o avanço é muito mais rápido. Muito mais letal.
Me refiro à destruição de reputações. Essa prática está cada vez mais profissional. Empresas são contratadas por adversários inescrupulosos para destruir a reputação de “inimigos” políticos.
Mas o que antes se resumia às notinhas em jornais impressos, fofocas em rádios ou atores em filas de banco, agora tem a rapidez da internet; com o uso de sistemas de inteligência artificial, programas robôs e editores de vídeo de última geração que enganam até profissionais de comunicação, de tão bem elaboradas que são as peças divulgadas nas redes sociais, principalmente entre os grupos de whatsapp.
Daí, vale o cuidado redobrado. E eu aprendi essa lição, definitivamente. É preciso compreender que existem grandes organizações criminosas (isso mesmo, criminosas), planejando ações de guerrilha virtual o tempo todo. Os gabinetes do ódio estão espalhados por todos os espaços, principalmente no que diz respeito à atividade política.
Aqui na Paraíba, o alvo mais notável desse processo de desconstrução de imagem, foi o ex-governador Cássio Cunha Lima e, por não achar que teria impacto relevante contra o seu nome, não investiu adequadamente no que podemos classificar como contra espionagem. Por causa disso, Ricardo Coutinho foi alçado ao posto de grande político da Paraíba, e Cássio perdeu essa condição. Nem precisa dizer o que aconteceu depois…
Jornalismo profissional e verdadeiramente isento
Porém, são muitos casos, que nos leva a cada vez mais refletir sobre a necessidade de um jornalismo profissional, sem amarras ideológicas, pois, mesmo na chamada grande imprensa, somos bombardeados constantemente por meias verdades.
Por causa do clima beligerante entre os polos políticos atualmente e que levou junto quase toda a imprensa, a mesma notícia é dada de maneiras opostas, dependendo de quem a dá. A imprensa passou a querer pensar pelas pessoas. Ao leitor, cabe apenas ler e comprar a ideia de quem escreveu.
Considero um grave equívoco. Deixem que as pessoas pensem por si próprias. No jornalismo o espaço para artigos sempre existirá, mas não dá, no entanto, para manipular a informação.
Deem às pessoas, informações que possibilitem que elas mesmas façam os seus juízos de valores. Querer pensar pelos outros, também é coisa de ditadura.