Fingir que está tudo bem é o novo normal

Por Fonte83 - 10/02/2021

A saúde estadual confirmou a presença da variação amazônica do Coronavírus na Paraíba, uma versão mais hardcore do vírus, que contamina mais e desenvolve sintomas mais graves.

A Paraíba ultrapassou mais de 200 mil casos confirmados de Covid. E vem registrado mais de mil casos por dia.

E é em meio a este cenário que a maioria dos gestores municipais querem porque querem professores e alunos nas salas de aulas pra ontem.

Em São Paulo, a experiência não funcionou: escolas de elite suspenderam as aulas presenciais após surto de contaminação.

Em Campina Grande, os professores partiram para a greve após a convocação para o retorno às escolas.

Pais de alunos estão inseguros, educadores estão com medo.

Não querem – e quem pode dizer que estão errados? – ser vítimas de experimento mal sucedido. Pois o que está em jogo é nada menos que suas vidas.

Ademais, o público majoritário das escolas são crianças e jovens, agentes de contaminação silenciosos. Boa parte não desenvolve a doença, mas pode transmiti-la para seus parentes mais suscetíveis.

Aos que alegam que a escola oferece menor risco do que o ambiente de trabalho (para os quais tivemos que voltar) ou que é incompreensível manter salas de aulas fechadas enquanto a população circula por parques e praias, bares e shoppings, cabe a reflexão se é válido usar exemplos ruins como argumento.

Cientistas como Miguel Nicolelis brada dia sim dia não nas redes sociais a necessidade de lockdown nacional urgente. Ninguém o ouve e a Covid segue matando.

O novo normal atualmente é fingir que podemos voltar ao normal.