Durante entrevista ao programa Correio Debate, da Rádio Correio 98 FM, nesta quinta-feira (3), o senador Efraim Filho (União Brasil–PB) comentou o incômodo crescente dentro de partidos de direita que ocupam cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O parlamentar defendeu uma postura mais independente do União Brasil e destacou que, apesar das divisões internas, o partido deve pensar estrategicamente para 2026.
“Essa discussão é permanente. Cada partido tem liberdade para construir seus consensos. No União Brasil, existem alas mais próximas ao governo federal e outras mais distantes. Mas as definições sobre candidaturas próprias e alianças eleitorais devem ficar para 2026”, pontuou.
A declaração de Efraim surge no momento em que crescem as críticas dentro do próprio campo conservador sobre a presença de partidos de centro-direita — como União Brasil, PP e Republicanos — em cargos estratégicos no governo Lula. Essas siglas, embora historicamente mais alinhadas à direita, passaram a integrar a base de apoio ao Planalto, sobretudo após negociações por ministérios e verbas parlamentares.
O União Brasil, por exemplo, comanda atualmente três ministérios: Comunicações, Integração Nacional e Turismo. A participação da legenda no governo, no entanto, tem gerado disputas internas entre parlamentares mais alinhados à oposição e aqueles que defendem a continuidade na base governista.
A fala do senador paraibano também dialoga com declarações recentes do ex-ministro Marcelo Queiroga (PL), que pediu o “desembarque imediato” de partidos de direita do governo petista para, segundo ele, preservar a história dessas legendas e evitar desgaste nas urnas. Com a aproximação do ano eleitoral e o início das articulações para a sucessão presidencial de 2026, o debate sobre o papel da direita no atual governo tende a se intensificar.
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