A megaoperação que prendeu a advogada e influenciadora Deolane Bezerra e apreendeu quase R$ 2 bilhões contra o crime de lavagem de dinheiro também cumpriu mandado de busca e apreensão em Campina Grande, no interior da Paraíba. Um dos alvos da ação da Polícia Civil é José André da Rocha Neto, considerado um dos proprietários da casa de apostas online Vai de Bet.
Como apurado pelo portal Fonte83, os endereços investigados e os objetos apreendidos, além do helicóptero, teriam vinculação à pessoa física e jurídica de José André da Rocha Neto, empresário do ramo imobiliário e é quem está por trás da empresa de apostas online Vai de Bet. André Rocha não estaria no Brasil. A informação foi confirmada pelo delegado Ubiratan Rocha, da Polícia Civil de Pernambuco.
O empresário é herdeiro do ramo imobiliário e tem mais de 30 empresas vinculadas ao seu nome, 27 delas ativas entre aquelas descritas como matriz e filiais. Segundo o site Transparência, a razão social das empresas soma R$ 19,3 milhões. A mais antiga é a Torre Forte Construções, um empreendimento na área de incorporação imobiliária, de 2011, e a mais recente a Celiforte Construções e Incorporações, criada em 2020, ambas com atuação na capital paraibana.
Qual é a atuação no ramo de apostas
Na esteira do crescimento do mercado de apostas esportivas, a partir de 2019, o empresário de 36 anos procurou ampliar as áreas de atuação e investir no setor. A Vai de Bet é apenas uma das casas dentro de um guarda-chuva batizado de Betpix N.V. O grupo inclui ainda as marcas Betpix365, Betpix, Obabet e Pix365.
Há ainda outras operações para apoiar a nova frente, como a Join US. Criada em janeiro de 2023, a empresa funciona como um call center para atender os usuários das plataformas e responder eventuais dúvidas. Um mês antes, o empresário tinha fundado a Supreme Marketing e Publicidade. A agência é a única criada fora do estado natal do empresário e está sediada em Barueri, município do estado de São Paulo.
Empresa entrou no radar de CPI
Desconhecida de muitos apostadores, a Vai de Bet e o seu fundador foram lembrados pela CPI da manipulação das partidas de futebol, realizada ao longo ano passado. Rocha Neto teve um pedido de convocação pela comissão para prestar esclarecimentos sobre o emprego de tecnologia para evitar fraudes no uso da plataforma.
No período, o deputado Luciano Vieira, do PL do Rio de Janeiro, solicitou a quebra do sigilo das contas bancárias da Vai de Bet e uma prestadora de serviços, a ZenetPay, “a fim de investigar, possíveis práticas criminosas na movimentação bancária das apostas”. O pedido não prosperou. No relatório final da CPI, nenhuma das empresas é citada, assim como não aparecem outras casas de apostas.