Da acusação de gestos de traição e até de covardia ao perdão e reafirmação pública de amizade e admiração. Assim, foi o curto litígio entre os deputados estaduais Branco Mendes e Adriano Galdino, ambos do Republicanos, encerrado, pelo menos publicamente, com nota divulgada pelo primeiro nesta quarta-feira (4), ao confirmar a desistência da candidatura à Presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).
Surpresa? Para mim, nenhuma!
A pedra já era cantada, muito pelo posicionamento de Adriano, que soube se comportar como um jogador de xadrez nato, com frieza, habilidade e estratégia.
Adriano soube esperar os ânimos acalmarem, não revidou os gestos de Branco Mendes, que em determinados momentos foram até agressivos. Pelo contrário, preferiu elogiar o “amigo” publicamente, reafirmando a certeza da continuidade da boa relação entre os dois.
Galdino teve paciência para jogar o jogo. No campo político, conseguiu a aprovação do voto aberto e a antecipação da apresentação das chapas para até 10 dias antes do pleito, evitando possíveis surpresas na eleição. No jurídico, assegurou a garantia regimental que precisava para participar novamente da disputa, mesmo no primeiro biênio. Para isso, usou uma carta na manga, a PEC da Reeleição, que lhe deu a segurança necessária para uma disputa interna corporis.
ELEIÇÃO DA MESA
Estamos a 28 dias da eleição para a Mesa Diretora da Casa de Epitácio Pessoa, e a verdade é que o presidente Adriano Galdino segue favoritíssimo a continuar à frente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) nos próximos dois biênios (2023-2024 e 2025-2026).
Muitos podem criticá-lo, podem defender a necessidade de se ter a alternância de poder, mas é incontestável a liderança que o presidente Adriano Galdino exerce dentro de um meio em que a divergência de ideias é algo totalmente natural, como é o parlamento.
Um exemplo claro é que Adriano Galdino consegue arregimentar o apoio das lideranças do próprio partido, o Republicanos, a exemplo de Wilson Filho e do próprio Branco, e de outras legendas, como Felipe Leitão (PSD); Tião Gomes, Júnior Araújo e Tanilson Soares, do PSB; Eduardo Carneiro (Solidariedade); Galego de Sousa (PP) e até da oposição, como Wallber Virgolino (PL) e da bancada do PSDB.
Falta só convencer Hervázio Bezerra (PSB), que parece não ter superado ainda os fatos ocorridos na eleição da Mesa Diretora em 2019.
A preço de hoje, podemos vislumbrar uma eleição quase que unânime na Assembleia Legislativa da Paraíba. Mas, é preciso esperar, afinal, a eleição da ALPB é como um jogo de futebol, precisa manter a estratégia e a tática permanente, sem esmorecer a defesa até o apito final do árbitro.