Em meio às articulações políticas que começam a moldar o cenário eleitoral de 2026 na Paraíba, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB–PB) voltou a comentar publicamente sobre sua aproximação com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (sem partido), e reforçou o convite para que ele retorne ao MDB — legenda pela qual iniciou sua carreira política.
A declaração foi feita nesta quarta-feira (24), durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM, na qual o senador confirmou que Cícero participou de reuniões políticas em Brasília, inclusive com o presidente nacional do PT, Edinho Silva, e com o deputado federal Mersinho Lucena (PP), filho do prefeito. “Cícero veio tratar de vários assuntos, inclusive política. Eu estaria nessa reunião com o presidente Edinho, mas pedi desculpas porque estava na CCJ. Ele, Mersinho e Edinho entenderam perfeitamente”, relatou Veneziano.
O senador afirmou ainda que o MDB está de “portas abertas” para o retorno de Cícero, mas evitou pressioná-lo: “Renovei o convite, assim como o presidente Baleia Rossi. Mas não quero ser insistente. Ele sabe que o MDB o acolheria novamente. Ao seu tempo, ele fará a escolha partidária”, ressaltou.
A movimentação ganha peso após a crise política entre Cícero Lucena e o governador João Azevêdo (PSB), que resultou na saída do prefeito do Progressistas (PP). Desde então, o prefeito da capital tem sido cortejado por partidos da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o MDB e o PT, mirando uma nova configuração política para as eleições estaduais e nacionais.
Nos bastidores, a expectativa é de que Cícero e Veneziano possam formar uma aliança majoritária em 2026. O senador é cotado para buscar a reeleição ao Senado Federal, enquanto Cícero, reeleito prefeito com votação expressiva em outubro de 2024, se prepara para concorrer ao Governo da Paraíba tendo papel estratégico nas articulações.
Veneziano também comentou o cenário da oposição, citando nomes como o presidente estadual do PSD na Paraíba, ex-deputado federal Pedro Cunha Lima e o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos), possíveis peças no tabuleiro paraibano. “Pedro tem força e precisa ser ouvido. O que faltou no grupo do governo com Cícero foi justamente isso: escutá-lo. Romero, por tudo que ouvi, parece inclinado a apoiar Cícero. Mas, claro, é ele quem deve confirmar isso”, afirmou.
O senador destacou ainda que, ao contrário do que ocorreu no grupo de João Azevêdo, Cícero terá espaço de diálogo se optar por se aliar à oposição. “Cícero, Pedro, Romero… qualquer composição com esses nomes forma uma chapa consideravelmente forte. Na oposição, todos serão ouvidos. Isso é o que faz diferença”, concluiu.
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