Com Pedro no lugar de Daniella, PSD arrisca ter menos deputados e senadores em prol de aposta pelo governo da Paraíba

Por Fonte83 - 14/06/2025

PSD calcula riscos com mudança na presidência de Daniella Ribeiro para Pedro Cunha Lima

A saída da senadora Daniella Ribeiro do PSD e a nomeação do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima para o comando do partido na Paraíba escancaram um movimento de alto risco político. Se, por um lado, o partido abre mão de uma liderança consolidada com forte capacidade de articulação para formar nominatas, por outro, aposta no potencial de Pedro como candidato ao governo do estado em 2026. A troca pode custar representatividade no Congresso, mas, se bem-sucedida, pode recolocar a legenda no comando do Palácio da Redenção.

Daniella anunciou sua desfiliação no dia 12 de março, alegando desconforto com a entrada de Pedro no partido. Na Paraíba, a senadora, mãe do vice-governador Lucas Ribeiro (PP), está no grupo do governador João Azevêdo (PSB) enquanto o ex-deputado federal faz parte da oposição. Com sua saída, o PSD perdeu não só a presidência estadual, mas também uma figura que estruturava chapas competitivas para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa.

Em seu lugar, Pedro Cunha Lima foi convidado por Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, para assumir a legenda na Paraíba. Ele tomou posse no fim de abril, durante evento em João Pessoa. Embora ainda não tenha definido se será candidato ao governo ou ao Senado, Pedro adotou um discurso de união das oposições e sinalizou que pretende ser protagonista em 2026. Ainda assim, sua chegada não foi acompanhada de novos quadros — nomes como Ruy Carneiro e Romero Rodrigues, cotados para reforçar a chapa proporcional, descartaram deixar o Podemos.

A movimentação levanta um dilema real: o PSD estadual pode entrar nas eleições sem nominatas para deputado federal e deputado estadual e sem candidato ao Senado. A menos que o próprio Pedro opte por essa disputa, o que hoje parece improvável – tendo em vista suas boas pontuações na pesquisa para o Governo. A força da legenda na Paraíba ficaria então concentrada unicamente na eventual candidatura ao governo.

O movimento também exige cálculo nacional. O PSD tem hoje a maior bancada do Senado, com 14 senadores, e conta com 42 deputados federais. Gilberto Kassab, considerado um dos principais articuladores do Centrão, precisa manter essa base robusta para seguir influente em Brasília. Um desempenho fraco nas urnas na Paraíba, mesmo que compensado por uma vitória majoritária, pode afetar esse equilíbrio.

Ainda assim, há quem veja a mudança como uma oportunidade estratégica. Se Pedro Cunha Lima conseguir se eleger governador, o PSD ganha acesso direto ao Executivo estadual, com potencial para expandir sua influência e reestruturar a base nos anos seguintes. A aposta é alta — e o custo, também.

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